O advogado Nelson Wilians, um dos nomes citados na investigação da CPMI do INSS, recusou o compromisso de dizer a verdade durante sua oitiva nesta quinta-feira (18). Ele é cidadão paraibano, por iniciativa do deputado estadual Walber Virgolino (PL).
Amparado por habeas corpus do STF, ele alegou o direito de permanecer calado para evitar autoincriminação, o que gerou reações duras de parlamentares.
Apontado como ligado a Maurício Camisotti — preso pela PF na Operação Sem Desconto — Wilians negou envolvimento em fraudes que teriam desviado valores de aposentados. Ainda assim, foi confrontado com movimentações financeiras atípicas de R$ 4,3 bilhões e doações políticas a diversos partidos entre 2016 e 2022.
Diante de sucessivos silêncios e evasivas, o relator Alfredo Gaspar (União-AL) afirmou que Wilians “sai da condição de testemunha para provável investigado”. “O silêncio dele falou muito alto”, disse. O senador Jorge Seif (PL-SC) chamou o depoente de “advogado dos bilhões que enriqueceu enquanto aposentados empobreciam”.
A comissão agora avalia a quebra de sigilo das empresas de Wilians e um novo depoimento. Parte dos parlamentares defende que seus contratos com o poder público sejam suspensos imediatamente.
Blog do Maurílio Júnior