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Acusado de pressionar ministro, Geddel pede demissão do governo Temer

Chefe da secretaria entregou carta a Temer

Acusado de pressionar ministro, Geddel pede demissão do governo Temer

 

ministro gedel

Para tentar estancar a crise provocada após a demissão do ministro da Cultura, Marcelo Calero, o ministro Geddel Vieira Lima pediu demissão da Secretaria de Governo. Geddel cedeu às pressões de dentro do próprio Palácio do Planalto e entregou a carga de demissão.

A crise no governo federal aumentou na quinta-feira, depois da divulgação do depoimento de Calero à Polícia Federal. Dias antes de deixar o governo, o ex-ministro gravou conversas com Geddel, com o presidente Michel Temer e com o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.

No depoimento à PF, Calero narrou ter recebido pressão de vários ministros para que convencesse o Iphan a voltar atrás na decisão de barrar o empreendimento La Vue, onde Geddel diz ter adquirido um apartamento, nos arredores de uma área tombada de Salvador.

Em 6 de novembro, Calero afirmou ter recebido “a mais contundente das ligações” de Geddel. No telefonema, o ministro da Secretaria de Governo deixou claro “que não gostaria de ser surpreendido com qualquer decisão que pudesse contrariar seus interesses”.

Na versão do ex-ministro da Cultura, Geddel disse, “de maneira muito arrogante”, que, se fosse preciso, “pediria a cabeça” da presidente do Iphan, Katia Bogéa, e falaria até mesmo com Temer.

Calero contou à PF que tanto Padilha quanto Temer insistiram para que ele levasse o processo sobre o prédio à Advocacia-Geral da União. Relatou ainda sua contrariedade com as pressões e desabafou com Nara de Deus, chefe de gabinete de Temer, que teria ficado “estupefata”.

Segundo Calero, a decisão de deixar o governo veio depois da conversa com Temer e quando o secretário de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo Rocha, telefonou para ele demonstrando a “insistência do presidente” em fazer com que ele interferisse “indevidamente” no processo, enviando os autos para a AGU.

Fonte: DC