Ao ler as palavras do deputado governista Tião Gomes (PSL), afirmando em tom de desabafo, que a bancada de Ricardo Coutinho, hoje reduzida a cinco deputados, numa Casa que possui 36 parlamentares, não precisa de líder, é quase surreal para os que não se inteiraram das querelas criadas pelo chefe do Executivo paraibano e a Assembleia Legislativa ao longo do seu mandato.
Presumo que nenhum governador deste Estado encerrou seu primeiro período de governo tão fragilizado, do ponto de vista das relações entre poderes, como Ricardo Coutinho. E isso é fato, público e notório. Aqui, não se pode falar de perseguição ao socialista. Ele próprio criou sua bolha de isolamento e age com certa ira ao ser confrontado pelo estado de “abandono” que passa na Assembléia Legislativa, Casa vital para qualquer governante colocar em prática suas políticas públicas, sua gestão e marca.
Numa defesa heróica, quando a Bastilha parece tombar, Tião Gomes busca fôlego e, de certa forma, põe a culpa do isolamento de Ricardo Coutinho na imprensa e parlamentares. “É um governo muito forte, que tem 31 deputados estaduais contra, 9 deputados federais na oposição, três senadores contrários e quase toda a imprensa contra também”. Mas espere! A imprensa, posso falar apenas por ela, não é a responsável pelo isolamento do governador. No “item” Parlamento, o Executivo plantou a beligerância, então como cobrar paz?
Por último Tião Gomes levanta mais uma bandeira: “Nós não temos voz nem vez nesta casa. Só a oposição que sabe de tudo. Adriano Galdino seria um bom nome para a liderança, mas não precisamos de líder. Vamos levar neste ritmo, assim mesmo, como Ricardo gosta, pois somos independentes, mas somos trabalhadores”. Mas os outros parlamentares também não são? Sinceramente, não vejo muito sentido em tais argumentações, pois, qual o governante que gostaria de ficar praticamente só numa véspera de eleição? Ave Saladino!!!!