Enfileirados como tropa de choque da oposição, os colunistas já se mostraram mais otimistas do que agora. E, alguns, revelam até que seu discurso fracassou. É o que caso de Ricardo Noblat, do Globo, que aponta o fiasco da pregação udenista contra a corrupção. Segundo ele, a partir de agora, todos podem roubar. Eis um trecho:
Ora, se todos roubam por que não podemos roubar? Se todos são uns pilantras por que não podemos ser?
E daí?
Daí, nada.
Salvo uma parcela do eleitorado que baba de raiva quando ouve falar em roubalheira, o resto está pouco se lixando. Parte do pressuposto de que todo político é ladrão. E de que só nos resta aturá-los.
Noblat não leva em conta, por exemplo, que o combate à corrupção passa por reformas institucionais, com a mudança do sistema político e o fim do financiamento privado de campanhas.
Também mais desanimado, Merval Pereira diz que o Brasil pode estar rumando para o fascismo. Isso mesmo, o fascismo:
“Daqui para frente, é a Míriam Leitão falando mal da Dilma na televisão, e a gente falando bem dela (Dilma) na periferia. É o (William) Bonner falando mal dela no “Jornal Nacional”, e a gente falando bem dela em casa. Agora somos nós contra eles […]”.
Da esperteza dos arautos do atraso e dos trapaceiros da política que viram nessa aliança uma janela de oportunidade. A salvação que os tiraria do aperto em que estavam já caminhando para o ostracismo. Foram ressuscitados e por isso estão gratos.
Da ambição dos que vendem suas convicções (quando as têm) em troca de verbas do Estado.
Da covardia dos que se calam com medo das patrulhas.
Do despeito dos ressentidos.
Do complexo de culpa dos mal resolvidos.
Da torpeza dos oportunistas.
Da superioridade dos cínicos.
Da falsa isenção dos preguiçosos.
Da preguiça dos irresponsáveis.