Tim Maia ( O FILME): exagero no uso de drogas e na violência - Por Magno Martins

Fui, ontem, matar a saudade da telinha e vi o filme sobre Tim Maia, um dos maiores astros da MPB. Dirigido por Mauro Lima, que fez “Meu nome é Johnny”, o filme é muito bom. Retrata um pouco a personalidade polêmica do cantor. Pelo que li sobre a vida de Tim Maia, ele era doidão, mas achei a dosagem muito exagerada no filme.

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Fui, ontem, matar a saudade da telinha e vi o filme sobre Tim Maia, um dos maiores astros da MPB. Dirigido por Mauro Lima, que fez “Meu nome é Johnny”, o

filme é muito bom. Retrata um pouco a personalidade polêmica do cantor. Pelo que li sobre a vida de Tim Maia, ele era doidão, mas achei a dosagem muito exagerada no filme.

Pelo depoimento que li do cantor Hyldon, amigo de Tim Maia, a bronca do filme é com a forma retratada no uso de drogas e até na violência. Segundo o parceiro musical, o cantor era uma pessoa muito amorosa, muito bacana e dócil. Era bem-humorado e não teve, como o filme retrata, uma fase em que se drogava direto.

Teve alguns momentos, mas a vida dele não era só isso”, contou Hyldon, num desabafo ao portal Uol. E acrescentou: “O filme não mostra, mas ele bancava um orfanato com quase 40 crianças. Adorava cachorro. Tinha um senso de humor enorme. Contava piada e imitava todo mundo. Senti falta disso. Ele ficou um Tim meio ‘rapper’ demais.”

E acrescenta: “Nunca vi o Tim pegar em arma. Nem bater em mulher”. As falhas são notáveis, mas é possível entender a dificuldade de se condensar em duas horas uma vida longa e pródiga em histórias. Por isso mesmo, a cronologia de ascensão e queda de Tim no longa ignora discos e sucessos como “Dia de Domingo” e “Me Dê Motivo”. Mas veja o filme, porque Tim Maia foi um dos maiores cantores que o Brasil já teve.

E tem momentos fantásticos que nos reportam à época do sucesso de Tim Maia, com a música “Imunização racional (Que beleza)”. Mostra ainda as confusões que armava com sua gravadora, a famosa reclamação sobre o som (“Mais agudo!”), e também as brigas com a mulher Janaína.

Narra, ainda, a trajetória do ícone da música brasileira, incluindo a adolescência no bairro da Tijuca, nos anos 50, onde, desde cedo, ganhava o pão entregando marmitas. Inclui também sua aventura no período de formação musical pelos Estados Unidos e, por fim, a chegada do grande sucesso, em 1970, com o álbum que inclui “Azul da cor do mar”, um dos seus maiores hits.

O elenco principal reúne Babu Santana e Robson Nunes como Tim Maia, Alinne Moraes e Cauã Reymond. Também participam George Sauma, Luis Lobianco, Laila Zaid, entre outros.