outras condenações virão

Sentença esquenta o debate: PRÓ-LULA X PRÓ-PRISÃO DE LULA - Por Eliane Cantanhêde

Luiz Inácio Lula da Silva não é qualquer um. Tem uma biografia vibrante, um carisma inegável e desceu a rampa do Planalto, oito anos depois da posse, com invejáveis 80% de popularidade. Mas ninguém está (mais) acima da lei, como ensina um juiz de primeira instância, Sérgio Moro, de Curitiba.

Ninguém está (mais) acima da lei, como ensina um juiz de primeira instância, Sérgio Moro, de Curitiba

Em menos de um ano, o Brasil acumula o impeachment de sua primeira presidente mulher, a condenação de seu ex-presidente mais popular e a denúncia da PGR contra o atual presidente. Tudo isso é inédito, surpreendente e explosivo, mas pode significar rigor com a competência e determinação no combate à corrupção.

Luiz Inácio Lula da Silva não é qualquer um. Tem uma biografia vibrante, um carisma inegável e desceu a rampa do Planalto, oito anos depois da posse, com invejáveis 80% de popularidade. Mas ninguém está (mais) acima da lei, como ensina um juiz de primeira instância, Sérgio Moro, de Curitiba.

Moro não pediu a prisão para evitar “traumas”, mas deu uma sentença pesada, de 9 anos e 6 meses. A condenação pelo triplex já era esperada, a surpresa foi com o tamanho da pena, a ser agora submetida a instâncias superiores.
Para o PT, a “injustiça” com Lula vai levantar o “povo” e agitar as ruas pró-Lula e contra o presidente Michel Temer. Para os governistas, porém, a condenação de Lula mudará o foco da política, da mídia e da opinião pública, dando algum sossego para Temer. Será?
É provável que nenhuma das duas profecias vingue. A sociedade deu seu recado em junho de 2013 e no impeachment de Dilma Rousseff, mas está descrente com tudo e com todos. Temer não mobiliza nem pró nem contra. Se as manifestações voltarem, serão pró-Lula, pelos de sempre, CUT, MTST, MST, UNE, e a favor da prisão dele, pelos antipetistas.

O foco nunca deixou de estar em Lula, desde o início da Lava Jato, nem vai deixar de estar em Temer, após a gravação de Joesley Batista e a mala de dinheiro de Rodrigo Rocha Loures. E continuará sobre Aécio Neves, Antonio Palocci, Guido Mantega e a cúpula inteira do PMDB. A fila anda, não vai parar.

Aliás, a condenação de ontem foi só a primeira contra Lula, porque outras virão. E Joesley não perde por esperar.

Fonte: O Estado de S.Paulo
Créditos: Eliane Cantanhêde