para reforma de museu no RJ

Sem licitação e com dona que recebeu auxílio emergencial: Mário Frias contrata por R$ 3,6 mi construtora da Paraíba com sede em caixa postal 

Segundo a base de dados do Ministério da Economia, declaração da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), entregue em 2019, ano em que a empresa foi criada, não registrou sequer algum funcionário da Construtora Imperial.

Foto: O Globo

Mário Frias, ex-ator de “Malhação” e atual secretário especial da Cultura do governo de Jair Bolsonaro, contratou sem licitação, por R$ 3,6 milhões, uma empresa sem funcionários e que tem sede em uma caixa postal dentro de um escritório virtual. A Construtora Imperial Eireli, da Paraíba, foi aberta em 2019 e deverá prestar serviços de conservação e manutenção do Centro Técnico Audiovisual (CTAv).

Conforme revelou o Jornal O Globo, Danielle Nunes de Araújo, proprietária da empresa, chegou a se cadastrar no auxílio emergencial e recebeu R$ 3,9 mil referente a oito meses de pagamento do benefício. Ela confirmou que tem o hábito de realizar reuniões no local para tratar de contratos, mas, o dono do espaço, afirmou que não tem recordações de ter recebido Danielle ou qualquer outro colaborador da construtora. Parentes e conhecidos da mulher também não a identificaram como empresária, mas sim como uma dona de casa discreta que estava passando por dificuldades financeiras recentemente.

Segundo a base de dados do Ministério da Economia, declaração da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), entregue em 2019, ano em que a empresa foi criada, não registrou sequer algum funcionário da Construtora Imperial. Esta foi a última declaração entregue a pasta, que determina a atualização das informações anualmente. Além da firma não ter um site ou qualquer outro meio de esclarecer os serviços que presta, ela nunca prestou serviços ao governo.

O suposto combinado, porém, seria para a Construtora atuar na manutenção do CTAv, depois de um estudo encomendado pelo próprio centro técnico ter apresentado riscos de incêndio e desabamento do prédio. O documento informou, ainda, que havia “desaprumo de telhas na fachada frontal”.

 

Fonte: O Globo
Créditos: Polêmica Paraíba