UM DIA ANTES DO RETORNO DO RADIALISTA FABIANO GOMES AO AR, ( NO RÁDIO E TV ) O EMPRESÁRIO ROBERTO CAVALCANTI ESCREVEU ESTE ARTIGO: PELO ESCRITO, GOVERNOS NÃO VÃO PODER EXIGIR CABEÇAS DE PROFISSIONAIS NO SEU REINO DE COMUNICAÇÃO. – Reino dividido – Por Roberto Cavalcanti – Em uma nação com 200 milhões de habitantes, a diferença de três milhões pró PT de fato parece insignificante
Todo o reino dividido contra si mesmo será destruído e seus edifícios cairão uns sobre os outros. Lucas 11,17
É inquestionável a sabedoria (e a clareza) do que está escrito no Evangelho – ao qual recorro, mais uma vez, para lançar luz sobre meu olhar e, assim, enxergar – sem as sombras da dúvida – o horizonte que se descortina à minha frente.
A passagem de Lucas não apenas é clara, mas multiaplicativa – abrangendo do macro ao micro.
De fato, a história esta recheada de eventos que confirmam – com suas ruínas expostas ao tempo – a temeridade dos rachas e divisões.
As devastações históricas servem, por exemplo, de alerta para esse Brasil pós eleição – uma nação dividida pela margem estreita que separa a reeleita Dilma Rousseff do preterido Aécio Neves.
Em uma nação com 200 milhões de habitantes, a diferença de três milhões pró PT de fato parece insignificante.
Mas as divisões não se circunscrevem ao resultado das urnas. Elas avançam perigosamente sobre a sociedade, provocando fissuras que só o tempo e o vento poderão dizer se serão reparáveis.
Pois será preciso percorrer muitos calendários – e bafejar muitas brisas amenas – para aplacar essa onda de preconceito e ódio que varre as redes sociais contra os nordestinos.
Um fenômeno, aliás, que sempre esteve latente – alimentado por apartheids raciais, a exemplo das cotas – e que a disputa eleitoral fez eclodir neste País continental.
A eleição também trouxe o perigo da divisão para a Paraíba. Em um universo de quase quatro milhões de habitantes, a diferença foi cravada em 111.563 mil votos. Os dois candidatos ultrapassaram – pela primeira vez – a barreira de um milhão de votos. Ou seja: pelo menos um milhão marcha em direção contrária ao projeto aclamado pela maioria.
E, mais uma vez, a sabedoria do Evangelho deve entrar em cena, inspirando o estancamento dessa marcha. Pois uma Paraíba historicamente dividida nunca chegou a lugar algum.
E, no que depender das minhas forças e energias, a divisão não prosperará.
Se no racha nacional pouco posso influir, no âmbito local usarei minha tribuna, ilustrando com gestos pessoais, para que a Paraíba esteja unida em prol de seu desenvolvimento.Farei a minha parte.
E quando falo na ilustração particular, me remeto ao meu reino – o Sistema Correio de Comunicação.
Nele, influirei com mais vigor e força para que a empresa se mantenha, como sempre, monolítica.
Esse é o nosso perfil. Foi assim que sempre abraçamos as grandes causas da Paraíba. E é assim que temos, ao longo de seis décadas, construído a nossa história.
Os que me conhecem sabe que torço e pratico a não divisão.
A começar pelo microcosmo familiar. Tenho muito orgulho (o maior deles) de ter construído uma família unida – onde não há espaços para brigas, para rachas ou divisões. O amor nos atou e nos ata de geração a geração.
Mas se na família a cura vem pelo mais sublime dos sentimentos, na empresa – me perdoem – as fissuras são coladas pela força da caneta.
Uma caneta movida por uma consciência que não exercita o autoritarismo – e minha trajetória de vida me fará justiça.
Uma existência, aliás, enriquecida pelas divergências de opiniões. Não sem razão, sou defensor – sem trégua – da liberdade de agir, pensar e criar. Pois o direito a livre escolha e expressão são fundamentais.
Não confundir, porem, liberdade com poder paralelo.
Se um edifica, o outro destrói.
Nestes casos – e somente neles – a caneta deve entrar em ação. E aviso desde já: não economizarei tintas nem verbos para evitar as forças paralelas.
Pois digo e repito:
O meu reino não aceita a divisão.