DE GILVAN FREIRE
Distante de seu mais próximo concorrente, Cássio lança-se candidato com o dobro das intenções de votos em relação a Ricardo Coutinho e quase quatro vezes sobre Veneziano. Mas a pergunta recorrente entre os analistas da área é que tamanho eles terão em junho, mês da oficialização das candidaturas, já que a campanha está muito antecipada por conta da explosiva ruptura da aliança governista PSDBxPSB. Todos os que vinham dizendo que essa aliança sobreviveria enganavam deliberadamente a opinião pública e tiravam dela proveito de qualquer natureza. Não há explicação decente para o fato de que só o eleitor deveria ser enganado, enquanto os líderes, estes sim, planejavam o rompimento. Afinal, eles sabiam que não se toleravam e não havia como conviverem mais, pois entre eles ocorriam trocas de deslealdades explicitas e desrespeitos habituais. Que motivos poderiam levar líderes tão importantes perante a sociedade a assumir papel tão degradante? Seria estratégia, medo, covardia, sabedoria, paciência, oportunismo, esperteza, ou a compulsão pela arte de trair, que virou costume entre os políticos e despudorada lição passada ao povo, a quem só resta aceitar?
BEM, ESTE É UM EPISÓDIO CONSUMADO QUE, COMO SEMPRE, OS POLÍTICOS SÓ ENTENDEM NECESSÁRIO MUITO DEPOIS QUE O POVO TODO JÁ ENTENDEU, embora eles comecem a entender primeiro negando as evidências. Seria muito difícil aos líderes agirem prontamente e firmemente em defesa de sua própria dignidade, ou da dignidade do cargo que ocupam, quando atingidos por atos graves de desrespeitos ou de deslealdades inaceitáveis?
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De qualquer modo, vamos aos próximos episódios porque os anteriores estão vencidos. Mas é bom compreender que de tudo que teria passado só a traição vai ter continuidade – porque, sem ela, o quadro ficaria estacionado, sem mutações. E sem graça.
NESSE SENTIDO, AS
