Polêmicas

Proposta de redução da maioridade penal é denunciada à ONU

Para a membro a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Erika Kokay, não há dúvidas de se tratar de um atentado aos direitos humanos e, particularmente, dos adolescentes

Proposta de redução da maioridade penal é denunciada à ONU

redução da maioridade penal

A Proposta de Emenda à Constituição que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, (PEC 171/93), será denunciada, nesta quinta-feira (25), ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, pela organização Conectas Direitos Humanos. A reunião será com os países membros do Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, Suíça.

O documento, assinando por três entidades de direitos humanos brasileiras, ressalta que a redução da maioridade ameaça os direitos das pessoas menores de 18 anos, conforme indicado pela própria ONU, e contradiz as tendências globais na gestão de jovens em conflito com a Lei.

A Conectas apresentou dados de 2012 sobre a violência no País, segundo os quais, dos 60 mil homicídios, 4% foram cometidos por pessoas com idade inferior a 18 anos. Ainda de acordo com os dados, 77% dos mortos eram negros, e mais da metade, eram jovens com idade entre 15 e 29 anos.

As entidades solicitam ao Alto Comissariado da ONU uma manifestação contra a PEC e a tomada de providências para impedir a aprovação da emenda.

Segundo a advogada da Conectas, Vivian Calderoni, em entrevista à Agência Adital, há um temor de que outros países o sigam na mesma medida, que ela classificou de “retrocesso inigualável”.

Para a membro a Comissão de Direitos Humanos e de Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) Erika Kokay, não há dúvidas de se tratar de um atentado aos direitos humanos e, particularmente, dos adolescentes. Segundo ela, está sendo retirada a possibilidade de o Estado priorizar a aplicação de políticas públicas.

“É o parlamento enviando jovens a partir de 16 anos para esse encarceramento”, aponta a deputada.

“Não é um atentado apenas contra o adolescente, mas um recrudescimento da violência em toda conjunto da sociedade”, assevera a deputada.

 

Agência PT de Notícias, com informações da Agência de Informação Frei Tito para América Latina (Adital)