Pressão popular ou jogo de corporações?

João Manoel de Carvalho

Diante do estardalhaço com que certos grupos donatários de redes de Televisão estão divulgando manifestações de alguns setores da sociedade paraibana contra atos do Governo do Sr. Ricardo Coutinho, tentando espalhar como generalizadas essas manifestações, torna-se lícito analisar esse processo, com equilíbrio e isenção, para que se possa adotar um juízo crítico adequado e justo e evitar o cometimento de julgamentos precipitados.

Há, sem dúvida, nas intenções desses veículos de comunicação, o desejo obstinado de expor o Governo do Sr. Ricardo Coutinho à execração pública, particularmente no que diz respeito a conflitos nas críticas áreas da saúde e da educação, neste último setor agravado pela greve dos professores que perdura por mais de um mês.

Essas áreas são bem mais sensíveis ao grosso da população em função da precariedade dos serviços prestados, mas não se constituem exceção na gestão ppública brasileira, pois já se tornou uma realidade nacional e não um transtorno localizado e circunscrito apenas ao Estado da Paraíba.

Não se pode, de bom alvitre, caracterizar essas manifestações contra o Governo como ilegítimas ou inquiná-las de serem desprovidas de justiça. Tanto os médicos como os professores – as classes que mais expõem de público seus confrontos com a administração estadual – devem ter razões suficientes para formalizar e materializar seus anseios e suas reivindicações e se contrapor a algumas decisões do Governo, que, porventura, considerem despropositadas e infensas aos seus proprósitos de ascensão social.

As greves a que essas classes recorrem nada mais são do que o exercício de um direito por todos reconhecidos e inseridos na própria Carta Magna do país. No campo da saúde pública, o que não se pode admitir, de bom senso, é que a paralisação dos serviços no setor venha a provocar mortes de usuários por falta de atendimento. Isso seria um escárnio contra a própria dignidade humana.

O movimento de paralisação dos serviços de atendimento nos hospitais jamais deve atingir as urgências médicas, porque nelas está em jogo o bem mais precioso, que é a vida e a sobrevivência do cidadão brasileiro.

Sem jamais admitir como ilegítimas as reivindicações de médicos e professores urge que as lideranças desses setores ponderem e busquem o diálogo para que não se tornem mera massa de manobra de corporações, que não tem o menor interesse em reconstruir a plenitude dos serviços da educação e da sáude no Estado, mas apenas estariam agindo em favor de seus interesses corporativos ou para exorcizar suas frustrações em favor de seus interesses contrariados.

De sua parte, o Governo tem o dever de abrir o diálogo com médicos e professores e buscar um entendimento capaz de atender as suas postulações e corrigir as falhas porventura existentes no âmbito de administração estadual.

A saúde e a educação públicas é que não podem continuar a ser prejudicadas em função desses conflitos.

 

Presidente perdida

A presidente Dilma Rousseff está perplexa e atônita diante dos acontecimentos políticos. Ela não soube conduzir o processo de envolvimento do Ministro Chefe da Casa Civil, em enriquecimento ilícito. A forma autoritária com que mandou a Câmara dos Deputados blindar Palocci deu a todos a impressão de que o Governo era mero cúmplice do enriquecimento do Ministro. Agora, a presidente está atônita, sem saber o que fazer.

E o Pacto?

A boa iniciataiva política formulada pelo Deputado federal Ruy Carneiro de materializar um Pacto pela Paraíba parece ter malogrado totalmente. A ideia seria unir a representação paraibana no Congresso Nacional para fazê-la atuar de forma monolítica e uníssona na defesa dos interesses do Estado, sem levar em conta a cor partidária nem as diferenças políticas de cada um. A maioria dos nossos representantes deu as costas à tão criativa e inovadora ideia do parlamentar tucano.

Frase

“A ideia de que os homens vão para uma espécie de paraíso, após a morte, é um conto de fadas de gente que tem medo do escuro. Não há paraíso ou vida depois da morte.

“(Sthepen Hawking, físico e pensador britânico)