TRÁFICO

Polícia Federal realiza operação contra venda de 'bebês brancos e saudáveis'

Instituição se dispunha a realizar o sonho da adoção daquelas famílias

recém-nascidoEstá sob investigação, em Palmas (TO), uma rede que intermediava a adoção de crianças de origem estrangeira na internet.

Para a Polícia Federal, que deflagrou a operação “Fontana de Trevi” nesta quinta-feira (16), o esquema estaria ligado ao tráfico internacional de crianças.

Foram efetivados, nesta manhã, cinco mandados de busca e apreensão e seis foram levados em condução coercitiva.

De acordo com a delegada Janaína Gadelha, que concedeu entrevista coletiva sobre a operação, as investigações começaram com a apuração de atividade da associação criminosa na internet através de um site – que já foi retirado do ar – e pelas redes sociais.

A rede criminosa se posicionava como instituição sem fins lucrativos, que atuava na intermediação da adoção de crianças de origem estrangeira, oriundas de países que ainda não ratificaram a convenção de Haia de 1993, como determina a legislação nacional. Esses países são Rússia, Quirguistão e Líbano.

“Ela arregimentava famílias interessadas em adotar uma criança de origem europeia basicamente. Isso era o que se apresentava no site. As pessoas interessadas pagavam uma taxa para ter acesso aos dados da associação e ali começavam os trâmites no intuito de adotar”, explicou a delegada, que informou ainda que o principal chamariz do site era a propaganda de venda de “bebês brancos com aparência saudável”.

A operação desta quinta-feira faz parte de uma investigação ainda maior, que cumpriu mandados de busca e apreensão também em Ourinhos, no interior de São Paulo

De acordo com a PF, o nome da operação faz alusão à lenda que envolve a Fonte dos desejos em Roma, na Itália, em que se sugere que os desejos daqueles que nela jogassem uma moeda se realizariam.

Na investigação em curso, a instituição se dispunha a realizar o sonho da adoção daquelas famílias que a ela entregasse valores, como uma “fonte dos desejos”.

Fonte: Revista Fórum