Os dois contendores devem seguir em situação de ‘empate técnico’ até a hora do reencontro com as urnas - por Rubens Nóbrega

Se tivesse o dom do vidente cego de Gilvan Freire ou os contatos e conhecimentos do passarinho de Paulo Santos, adiantaria com algum grau de precisão os resultados possíveis das primeiras pesquisas de intenção de voto para governador do Estado nesta decisiva etapa da corrida eleitoral. Como não posso nem devo fazê-lo, limito-me, contudo, a ‘prever’ que os levantamentos não devem registrar grandes diferenças de percentuais entre Cássio e Ricardo. Algo me diz que a distância de um pro outro ficará na famosa ‘margem de erro’. Mas, atenção: minha ‘previsão’ baseia-se exclusivamente na intuição, vou logo adiantando, para me prevenir desde já contra a maldade dessa gente, que “é uma arte”, segundo advertia o imortal Ataulfo.

 cássio x ricardo

Continua arrochado o páreo – Do Jornal da Paraíba

Se tivesse o dom do vidente cego de Gilvan Freire ou os contatos e conhecimentos do passarinho de Paulo Santos, adiantaria com algum grau de precisão os resultados possíveis das primeiras pesquisas de intenção de voto para governador do Estado nesta decisiva etapa da corrida eleitoral. Como não posso nem devo fazê-lo, limito-me, contudo, a ‘prever’ que os levantamentos não devem registrar grandes diferenças de percentuais entre Cássio e Ricardo. Algo me diz que a distância de um pro outro ficará na famosa ‘margem de erro’. Mas, atenção: minha ‘previsão’ baseia-se exclusivamente na intuição, vou logo adiantando, para me prevenir desde já contra a maldade dessa gente, que “é uma arte”, segundo advertia o imortal Ataulfo.
Não tenho informação privilegiada, nenhuma fonte ou a menor intimidade em qualquer instituto de pesquisa do gênero, contratado ou não por este Jornal ou algum outro veículo do Grupo Paraíba de Comunicação. Como já disse, trata-se exclusivamente de uma intuição, ainda por cima baseada no que aconteceu com as primeiras pesquisas Ibope e Datafolha para Presidente da República neste segundo turno, divulgadas anteontem. Quem leu, viu ou ouviu, deve ter percebido que os números contrariaram quem apostava e antecipava que Aécio botaria de oito a dez pontos de vantagem sobre Dilma logo após o primeiro turno. Qual o quê! Os dois estão rigorosamente empatados. O tucano cravou 46 contra 44% da petista no Ibope e 51 a 49% no Datafolha.
Normal geral. Ele chegou chegando à reta final do primeiro turno. Sua performance, passando e botando Marina num terceiro lugar bem terceiro no embate anterior, sinalizava aos aecistas mais entusiasmados que o homem conseguiria até mesmo sobrepujar a Presidente já no último domingo. Não deu. Chegou perto disso, muito perto. E, cá pra nós, tem agora tudo para deslanchar e se distanciar da concorrente nos próximos dias. Afinal, o cara tem praticamente toda a grande imprensa a seu favor. Ele é, inegavelmente, o candidato das maiores empresas do país no ramo da comunicação de massa. Tanto que o Guia Eleitoral do PSDB não tem apenas os dez minutos regulamentares.
A campanha pró-Aécio começa nos telejornais e programas de rádio de manhã cedo, ganha força no correr do dia nos melhores portais jornalísticos, invade com força os grupos de interação nas redes sociais (os zap-zap da vida), entra pela noite para dominar as maiores audiências da televisão, alcança a madrugada de carona nos mais requisitados talk shows e ocupa com estardalhaço as manchetes dos principais jornais de circulação nacional na manhã. Não, isso não é uma campanha. É um massacre, uma avalanche, um tsunami. Mesmo assim, pra ganhar dia 26 que vem ele ainda precisa combinar com o adversário. Um adversário que, não se enganem, não é fraco, está vivo e se bulindo.
Já por aqui…

Quanto à peleja estadual, posso muito bem queimar a língua, quer dizer, a pena ou o teclado… Posso também quebrar a minha cara feia, mas não vejo como do primeiro turno pra cá o governador candidato ter crescido para além de dois ou três pontos, ao ponto de reverter pra ele todo o favoritismo que no início da campanha dava o senador candidato como vitorioso.
Não acredito que até mesmo a reafirmação do apoio do PT ou a adesão de boa parte do PMDB à candidatura à reeleição tenha operado mudança significativa nas intenções de voto. A minha bolinha de cristal, mesmo tantas vezes desmoralizada, insiste em me cochichar que os dois contendores devem seguir em situação de ‘empate técnico’ até a hora do reencontro com as urnas, de hoje a quinze dias.
Por tudo isso, por essas e outras mais é como dizem no Canelle de Fábio Bezerra: “Eita, gota serena, vamos ver, vamos ver!”.

 

Livre manifestação
A decisão adotada anteontem pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba de liberar os protestos de servidores contra o Governo do Estado restaura na plenitude a liberdade de expressão e de manifestação do pensamento na Pequenina. As decisões anteriores que proibiam tais iniciativas do Fórum de Servidores Civis e Militares tinham caráter de inadmissível mordaça, mesmo fundadas em elementos amparados pela legislação eleitoral. A proibição atentava contra as garantias constitucionais de todo e qualquer cidadão de criticar os gestores públicos a qualquer tempo, mesmo estando eles disputando cargos eletivos.
Crítica X Propaganda

Crítica não pode ser confundida com propaganda negativa. Ainda mais quando a crítica está anunciada, não consumada, ainda por ser feita. Antecipar-se a ela, impedindo-a, significa cometer censura prévia, algo inadmissível num Estado Democrático de Direito. De qualquer forma, mantenho que o juiz ou juízes que antes proibiram o enterro simbólico do serviço público estadual o fizeram baseado(s) em reclamação da coligação A Força do Trabalho que alegava, consistente e convincentemente, que no material de divulgação das manifestações foram incluídos símbolos da campanha governista. Aí, como dizem lá em Bananeiras, os organizadores do movimento deram brecha para a decisão dos magistrados. Mas agora tudo isso é passado. O TRE resolveu a parada e os servidores poderão fazer e acontecer, certamente atentos para as consequências do que venham a fazer.