O governador Ricardo Coutinho (PSB) tem falado em realizar uma reforma em seu quadro de assessores e na estrutura de órgãos da administração do Estado antes da virada do ano.
Aproveite-se a oportunidade. O governador poderia promover agora uma reforma mais profunda no setor de turismo. Mais precisamente na Secretaria Executiva de Turismo, já que a PT-TUR vai bem e não precisa de maiores cuidados.
Não dá para tergiversar. O turismo no âmbito da Secretaria de Desenvolvimento vai mal. Muito mal. Começa com a falta de estrutura e fecha-se com a inaptidão do titular do setor, o secretário Renato Feliciano (PTD). Na verdade, o secretário Renato Feliciano não entende patavinas do setor de turismo.
Converse-se com quem entende do assunto, entre estes alguns bons auxiliares do governo, e se perceberá de cara que a Secretaria de Turismo não funciona. Existem duas ou três pessoas cuidando do setor e o secretário não quer nem conversa com as pessoas mais qualificadas.
O governo pode exibir números que comprovariam o aumento de visitações turísticas ao Estado. Não tem nada a ver com a Secretaria. A PB-TUR faz um bom trabalho de divulgação e o turismo vem crescendo em toda região. O Centro de Convenções também deu impulso ao turismo local, mas, outra vez, nada a ver com a Secretaria.
Pode-se até alegar que a Secretaria de Turismo preparou projetos que devem resultar na atração de cerca de R$ 74 milhões para investimentos no Estado (algo da linha do antigo Prodetur) nos próximos meses. Só que os projetos foram preparados por uma consultoria e qualquer órgão do governo poderia contratar. E, talvez, seja aqui que resida o perigo.
Faz tempo, muito tempo, que não se inventa ou se cria algum produto novo no turismo estadual. Um novo roteiro que seja. A Secretaria de Turismo de João Pessoa, por exemplo, está organizando três ou quatro roteiros novos na Capital. Da Secretaria estadual não sai nada.
O Sebrae-Paraíba tem desenvolvido um excelente trabalho de implantação do turismo de vivência, um jeito novo de fazer turismo, com base na economia associação, que até guarda semelhanças com o estilo Ricardo Coutinho, mas o Estado está solenemente ausente.
O problema é que falta um secretário de Turismo. A estrutura do órgão de turismo é ruim, mas o titular do setor aprofunda a deficiência.
Se quiser efetivamente entrar no universo do turismo, o governador Ricardo Coutinho precisa melhorar a estrutura do órgão que cuida do setor e convocar alguém do ramo para gerenciá-lo. Não se faz turismo eficiente e de resultados com gestão de políticos ineficientes.
Autor: Josival Pereira