O perigo dos postes

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Marcos Tavares

Dizia-se após a eleição de dona Dilma – a búlgara – que Lula seria capaz de eleger um poste. Se ele conseguiria esse feito com sua farta distribuição de bolsas e o bolso cheio dos mensaleiros eu não tenho certeza, mas tenho certeza que eleger postes é perigoso. Poste não tem base ou tem base pequena. Basta uma batida de carro, um vendaval mais forte e lá se vai o poste e com ele toda a fiação, a força elétrica e o sistema de telefonia. Foi isso que se deu com o poste Dilma. Ele não aguentou umas caras pintadas na rua e a presidente correu para os braços do seu guru para saber qual remédio milagroso deveria administrar ao país.

Política é representação e ninguém salta do anonimato para uma presidência sem pagar seu preço. Jânio Quadros saiu de político paulista para salvador nacional. Terminou entalado com a própria vassoura e renunciou. Collor sai das caatingas de Alagoas de bornal e chapéu de couro para caçar marajás, sem partido e sem história. Foi mandado embora com todas as honras e protocolos que a ocasião exigia. Só pela força um desconhecido toma o poder, e o PT muito embora sonhe com isso, não consegue fazê-lo. O resultado é esse que se vê aí, Dilma como uma barata tonta apertada pela inflação, acuada pelo dólar crescente, imprensada pela queda do PIB e principalmente de ouvidos zunindo com a voz do povo, um povo que nem ela escolheu e que igualmente não a escolheu. Votou nela porque era o poste de Lula.

Que fique essa lição tanto para o urbanismo como para a política: com o povo não se brinca. Você pode até impingir uma mentira, mas como diz o ditado, ela tem pernas curtas e andar deselegante e acaba por tombar na sua própria caminhada. Dilma é bem menor que o cargo que ocupa e sua luta política contra a ditadura é credencial de cidadã, nunca de administradora. O Brasil vive um dos seus momentos mais difíceis e tudo indica que depois do poste teremos outra vez o dono do poste, isso se não faltar corrente na energia petista.

Um ou todos?

A oposição na Paraíba se vê diante de um dilema que tem raízes na vaidade e passa igualmente pelas táticas eleitorais. O problema é se a chamada oposição ataca em bloco, unida, e aposta tudo numa carta só ou dissolve a sua ação em várias candidaturas e deixa a decisão para um segundo turno.

Isso em princípio admite que a oposição sabe que Ricardo Coutinho chegará a um segundo turno com a bênção de Cássio Cunha Lima. O problema é como solapá-lo. Se com vários nomes que deem ao eleitor a possibilidade de uma ampla escolha, um nome que aglutine todas as insatisfações, e mais, que seja do consenso de todos os partidos.

Como a cadeira de governador é muito confortável, é difícil achar esse nome mágico que una todos, e tudo indica que a briga fica mesmo para depois.

Bijuterias

A coluna sempre tem se posicionado contra brigas paroquiais sobre lagosta na granja e compra de aeronaves. Acreditamos que um governo tem o direito de ter uma cozinha abastecida e possuir uma frota que possa levá-lo em segurança aos seus compromissos.

No máximo, contra essa licitação para compra de uma nova aeronave, pode-se dizer que a ocasião é imprópria, justamente quando o Brasil clama por coisas mais urgentes como saúde, educação, segurança e outros itens.

Mas voar faz parte das benesses do cargo e é legítimo. Assim como uma boa lagosta grelhada.

Versão

Já se disse que a versão é mais importante que o fato. O prefeito Cartaxo está decididamente carimbado como festeiro.

E vai dar trabalho sua assessoria mudar essa imagem.

Fora

Santiago, do alto de sua experiência política, já viu que a vaga de senador na chapa de Ricardo vai ser decidida por Cássio e seu nome não será o escolhido.

Assim, ele procura outros ninhos onde possa voar.

Segredos

Todo segredo é suspeito. Por isso não sei por que tramita em segredo de justiça a questão dos gastos de publicidade do governo do Estado – setenta milhões – na Justiça paraibana.

Não se faz segredo do que é publicitado.

Solidariedade

As notícias são de que o delfim Benjamin Maranhão iria para a legenda da Solidariedade. Tudo por falta de solidariedade de seu tio, o Zé.

Temperatura

A chamada Rota do Frio traz nomes consagrados da música nacional para entreter os turistas, todo mundo bem pago.

Enquanto isso, a rota do calor, onde a seca é braba, não tem nem caminhões-pipa.

Ataque

Anísio Maia – sem coragem de bater em Dilma – desvia sua ira para o ministro Fernando Bezerra vociferando contra a paralisação da transposição.

O erro – e o buraco – está mais em cima.

Frases…

Dispensável – A banana é o primeiro produto de embalagem descartável.

Burrice – Cruzaram o jumento com a égua. Nasceu uma coisinha com o corpo da mãe e a inteligência do pai.

Falsificada – A única guerra que ganhamos foi contra o Paraguai. Falsificada…