Nordestino é vítima de preconceito nas redes sociais após as eleições, por Gabriel Garcia

Um levantamento mostra o comportamento dos eleitores nas redes sociais após o primeiro turno das eleições, realizado no domingo (5). E o preconceito continua em alta. De acordo com a consultoria Bites, especializada no gerenciamento de reputação e imagem de marcas, 54 mil comentários citavam as palavras “Nordeste” e “nordestinos” no Twitter.

Na maioria, são citações ofensivas, demonstrando o lado escuro do preconceito. Tratava-se de críticas à votação da presidente Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição, no Nordeste.

Assim como aconteceu em 2010, Dilma repetiu o bom desempenho lá, considerado reduto do PT. Naquele ano, ela ficou com 59% dos votos válidos (quando desconsideramos brancos e nulos). Agora, ela foi votada por 59,58% dos eleitores nordestinos.

Quem não teve uma votação expressiva na região foi o candidato Aécio Neves (PSDB), pior até do que José Serra (PSDB), votado por 24,6% em 2010. No pleito atual, Aécio teve 15,4% dos votos válidos. No somatório geral, Dilma venceu Aécio por 41,59% a 33,55%.

Nas redes sociais, foram usados termos como “eu tenho vergonha do Nordeste”, “povo burro” e “vagabundo”. Há quem defenda que a eleição seja realizada apenas no Sul e no Sudeste.

Em uma mensagem, uma internauta diz: “A prova de que o nordestino é vagabundo é quando entra em pânico com o boato que o Bolsa Família ia acabar.”

Em menor número, existem ainda críticas às eleições dos deputados Tiririca (PR), Celso Russomano (PRB) e Marco Feliciano (PSC). Neste caso, são hostilizados os paulistas.