Não precisa importar médico

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Rubens Nóbrega

Tenho a solução para resolver os problemas da falta de médicos no interior do país, mais particularmente do Nordeste e da Paraíba. É o governo fazer o que venho pregando desde que me entendo por gente neste ofício: pagar a um médico do serviço público o que recebe um ministro do Supremo Tribunal Federal.

Agora, evidentemente, não basta pagar bem. Tem que dar a esses profissionais condições dignas de trabalho em todas as localidades, criar-lhes uma carreira de Estado que valorize e estimule uma crescente qualificação (não confundir com especialização), além de mecanismos que garantam uma efetiva interiorização da medicina.

Essa interiorização poderia começar com a aprovação no Congresso do Projeto de Lei do Senado nº 168/2012, do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que “institui o exercício social da profissão para garantir emprego e exigir prestação de serviço dos graduados em medicina que obtiveram seus diplomas em cursos custeados com recursos públicos, em instituições públicas ou privadas”.

Por exercício social da medicina entenda-se: uma vez diplomado, o médico que fez seu curso em faculdade financiada com o dinheiro dos impostos de todos os contribuintes terá que dar uma contrapartida à sociedade trabalhando por pelo menos dois anos em alguma cidade com menos de 30 mil habitantes.

Defendo que tal exigência seja estendida aos médicos formados em escolas privadas que, em tese, não recebem dinheiro público. Afinal, elas funcionam porque são autorizadas, fiscalizadas e avaliadas pelo governo, ou seja, lucram explorando uma atividade essencial de Estado. Não devem, portanto, receber tratamento diferenciado em um país que precisa urgentemente acabar com os apagões sanitários nos seus grotões.

Outra emenda que gostaria de ver no PLS de Cristovam: ao final do curso, os concluintes de Medicina se submeteriam a exame tão rigoroso quanto aquele aplicado aos estudantes formados no exterior que vêm ao Brasil tentar revalidar seus diplomas.

Acredito que as entidades representativas dos médicos e estudantes de medicina não se opõem a essas medidas. Aposto como o Conselho Federal de Medicina, os conselhos regionais (CRMs), associações médicas, sindicatos, centros e diretórios acadêmicos têm algo mais a oferecer nesse debate além de protestos irados diante da anunciada intenção do governo de importar médicos espanhóis, portugueses e cubanos para cobrir os vazios de assistência médica Brasil adentro.

Corte não me segue no twitter

Perguntei ontem no twitter à jornalista Pâmela Bório, primeira-dama do Estado: “@PAMELA_BORIO, a senhora usou o avião do Estado para participar de uma festa em Minas?”. Depois, fiz a mesma pergunta ao governador Ricardo Coutinho, assim: “@realrcoutinho, a sua esposa, @PAMELA_BORIO, usou avião do Estado para participar de uma festa em MG?”.

Aos dois enviei, colado à mensagem, link de matéria publicada ontem às 11h43 no portal ClickPB, de João Pessoa, com o seguinte título: ‘Pâmela vai a Minas, mas seu nome fica fora da lista de Mulher Influente”. A matéria informa que o avião King Air B200 do Estado foi utilizado para transportar Dona Pâmela e comitiva para uma homenagem na noite de segunda-feira, 13, no Ouro Minas Hotel, em Belo Horizonte.

A homenagem consistiria em nossa primeira-dama receber título de ‘Mulher Influente’ concedido pelo jornal MG Turismo em troca de suposto – e modesto – adjutório da homenageada para a realização da festa.

Detalhe um: o nome dela não consta do saite oficial da promoção. Detalhe dois: sendo verdade essa história (não obtive resposta dela nem do governador), confirmar-se-á a suspeita de que também para o primeiro-casal, tal como diz o slogan do governo, chegou a vez de ir mais longe. Pelo menos nas mordomias custeadas pelo contribuinte.

Lugar de craque é na Seleção

Durante participação no programa CBN João Pessoa, ontem, a apresentadora Edileide Vilaça quis saber se este colunista entendia a não convocação de Ronaldinho Gaúcho e Kaká para disputar a Copa das Confederações pela Seleção Brasileira.

Disse-lhe que não entendia, como não entendo Seleção Brasileira sem craques, do goleiro ao ponta-esquerda. Defendo, inclusive, que o técnico seja também um craque. Não é o caso de Felipão, infelizmente. Se quando jogador ele nunca foi…

Sinceramente, por essas e outras também não entendo o retorno de Felipe Scolari ao comando da Seleção. Não, não esqueci que ele foi campeão do mundo em 2002, mas aquele penta, cá pra nós, a gente levaria de todo jeito. Com, sem ou apesar do técnico.

Só pra lembrar e calçar o meu argumento: em 2002 tínhamos os quatro melhores jogadores do mundo na mesma seleção nacional, a nossa. Refiro-me a Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Kaká. Com esse quarteto no meu time, no auge da forma física e técnica em que se encontrava, até eu.

Quanto mais Felipão…

Ponto para o alcaide das Neves

O São João projetado pelo prefeito Luciano Cartaxo, da Capital, desbanca a lógica de um elitismo boçal que ascendeu ao poder na Paraíba achando que pode impor o seu gosto musical a todo mundo.

Inclusive ao imenso público fã das bandas de forró que usam outros instrumentos além da sanfona, zabumba e triângulo, fazem música alegre, dançante e um sucesso pra Chico César nenhum botar defeito.