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MP pede que Flordelis seja afastada da Câmara dos Deputados e use tornozeleira eletrônica

A defesa de Flordelis ainda não se manifestou.

O promotor Carlos Gustavo Coelho de Andrade fez um pedido à 3ª Vara Criminal de Niterói para que haja suspensão do exercício da função pública da deputada federal Flordelis dos Santos de Souza, acusada de ser mandante da morte do marido, o pastor Anderson do Carmo. Foi solicitado, ainda, que a parlamentar seja monitorada por tornozeleira eletrônica e obrigada a cumprir recolhimento domiciliar noturno. O pedido foi feito na última sexta-feira e ainda não houve decisão judicial.

Os requerimentos já tinham sido feitos pelo MP quando houve oferecimento da denúncia contra Flordelis, mas acabaram negados pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce. A magistrada determinou que outras medidas cautelares, como proibição de mudar o endereço e de ter contato com testemunhas e réus do processo, eram suficientes. Flordelis não pode ser presa em razão de sua imunidade parlamentar.

O MP, no entanto, voltou a fazer as solicitações argumentando ter fatos novos. Um deles é o temor de uma das principais testemunhas do processo, Regiane Rabello. Na madrugada do último dia 4, uma bomba caseira foi jogada no quintal da casa da empresária. Ao EXTRA e em depoimento à Polícia Civil e MP, Regiane declarou que o episódio ocorrido tem o intuito de lhe calar, já que ela denunciou Flordelis e outros envolvidos na morte do pastor.

Ao MP, Regiane afirmou que se sente insegura com a liberdade de Flordelis e também com a possibilidade de liberdade de um dos filhos biológicos da deputada, Adriano dos Santos. A defesa do rapaz entrou com pedido de revogação de sua prisão, que acabou indeferido pela Justiça. Regiane afirma que Adriano é agressivo e já lhe intimidou em uma ocasião. A empresária ainda afirmou que o rapaz “usa do dinheiro e poder de Flordelis decorrentes do mandato parlamentar”.

Para fundamentar seu pedido, o promotor argumentou ainda a dificuldade de localização do paradeiro de Flordelis para ser citada no processo criminal respondido por ela na 3ª Vara Criminal de Niterói. O membro do MP cita também que a própria corregedoria da Câmara dos Deputados teve dificuldades em localizá-la para também intimá-la do processo contra ela na casa.

“A liberdade plena da ré Flordelis, somada ao exercício de posição de poder estatal e à incerteza e impossibilidade de se rastrear seu paradeiro – diretamente decorrentes do indeferimento das medidas cautelares requeridas – causam severa intranquilidade não apenas na testemunha que diretamente sofreu o atentado, como também em todas as demais testemunhas e nos corréus, atrapalhando sobremodo o andamento do feito e a instrução criminal. Por outro lado, a situação de embaraço à instrução e trâmite do feito é agravada pela disponibilização do aparato estatal para a ré, em decorrência da destacada posição de poder em que se encontra, diante do exercício do mandato eletivo de Parlamentar Federal.”, escreveu o promotor em seu pedido.

Procurada, a defesa de Flordelis ainda não se manifestou.

Fonte: Extra
Créditos: Extra