Ministro da Saúde é recebido com 'chuva de Aedes' em protesto durante votação para liderança do PMDB

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, foi recebido nesta quarta-feira (17) por um ato na Câmara dos Deputados que teve chuva de papéis com a estampa de mosquitos Aedes aegypti em protesto por ter se afastado do cargo temporariamente para participar da eleição à liderança da bancada do PMDB.

Um grupo pequeno de manifestantes jogou os papéis logo após Castro entrar no plenário onde será realizada a votação. O ministro não chegou a ver o protesto porque dava uma entrevista à imprensa no momento. Os manifestantes, alguns portando máscaras e fantasias, levavam na mão raquetes de mata-mosquito.

Castro tem mandato de deputado federal e, após a eleição, retomará o comando da pasta. Ele foi criticado por parlamentares da oposição por deixar a pasta em meio à crise do vírus da zika no país, transmitido pelo mosquito Aedes.

Grupo se vestiu de Aedes aegypti e exibiu cartazes durante manifestação contra o ministro da Saúde (Foto: Jéssica Simabuku/G1)

A manifestação contra o ministro foi patrocinada pelo Solidariedade, partido presidido pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), conhecido como Paulinho da Força, aliado próximo do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Castro foi indicado para a vaga pelo atual líder, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), que tenta se reeleger para a vaga. Ele conta com o apoio do Palácio do Planalto, de quem se aproximou nos últimos meses e gerou descontentamento dentro da bancada.

Picciani disputa a vaga com o deputado Hugo Motta (PMDB-PB), que tem como principal cabo eleitoral Eduardo Cunha.

Além de Castro, também deixaram seus postos para participar da eleição os deputados Marco Antônio Cabral (PMDB-RJ) e Pedro Paulo (PMDB-RJ), que são secretários do no Rio de Janeiro. Eles foram acionados em uma articulação do Planalto para garantir mais votos para Picciani.

Manifestantes usaram imagens do mosquito Aedes aegypti para protestar contra o ministro Marcelo Castro (Foto: Reprodução)

Com isso, a bancada ficou com 71 parlamentares. A votação será secreta e ganha quem obtiver a maioria simples dos votos. A única ausência esperada é a da deputada Marinha Raupp (PMDB-RO), que está de licença médica.

A eleição para líder do PMDB ganhou importância a ponto de envolver o governo porque vai influenciar o processo de impeachment de Dilma. Caberá ao líder indicar os oito integrantes do partido para a comissão especial que analisará o processo de Dilma.

Além disso, o líder do PMDB, por conduzir o maior partido dentro da Câmara, tem poder sobre a tramitação de projetos considerados importantes pelo governo dentro da Casa.

Embora tenha uma aliança com o PT e ocupe a Vice-presidência da República, além de outros seis ministérios, uma parcela do PMDB defende o rompimento com o governo.

A eleição servirá ainda para medir a influência do presidente da Câmara sobre a bancada peemedebista. No ano passado, Cunha capitaneou diversas derrotas ao Planalto, inclusive com a deflagração do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas perdeu forças diante do agravamento das denúncias contra ele.

Fonte: G1