Marcos Tavares
Darcy Ribeiro sempre nos lembrava da responsabilidade, como povo, de dar certo, pois éramos a primeira sociedade mestiça com condições de crescer no mundo. Povos outros foram colonizados ou colonizadores, mas nenhum deles promoveu como nós esse festival de mestiçagem. Talvez porque não tenhamos sido ocupados por motivos religiosos, mas sim por aventureiros ávidos de riquezas não sofremos a segregação dos Estados Unidos, nem marginalizamos a cultura local como os espanhóis que criaram uma América espanhola e uma indígena. Aqui, degradados brancos, negros e índios acabaram se misturando num grande banquete racial.
E essa mistura só cresceu quando por aqui aportaram os deserdados da Europa, alemães, italianos, franceses à procura de pão e trabalho. Nem mesmo os distintos orientais trazidos com a colonização japonesa se abstiveram de entrar nesse coquetel racial. E devemos ter orgulho disso. O imobilismo racial, religioso e política só cria guerras e atrofia um povo. Os judeus, na sua certeza de ser o povo eleito de Deus, tem conhecido o inferno da Inquisição ao Holocausto. Muçulmanos que veem no outro o inimigo de Alá até hoje travam uma guerra suja e sem tréguas. Os nazistas foram o ápice dessa filosofia de pureza incompatível com uma humanidade que nasceu na África.
Se houver outra vida e um paraíso, Deus não vai perguntar qual o seu credo, mas como você viveu esse credo. O estigma do outro tão bem abordado por Sartre é a questão. O diferente mete medo, o novo assusta. Como somos todos diferentes nessa terra de Santa Cruz, com um pé na senzala, um olho no Japão e comendo pizza, estamos mais instrumentados a ser o que somos, um povo tolerante, que não segrega nem apedreja, que convive com os santos da umbanda tirados da Igreja Católica e até aceita messias populares como Padre Cícero e Conselheiro. Abençoada mestiçagem que nos fez assim.
Votantes
Pode até ser que o novo sistema adotado pelo TRE – de agendamento anterior – resolva as longas filas para o recadastramento biométrico, muito embora eu tenha uma desconfiança histórica do serviço público.
Mas eu pergunto: como será ao recadastramento de quem não tem internet, uma grande massa de votantes das classes mais baixas que não dispõem desse equipamento nem em casa nem no trabalho?
E os analfabetos? Quem não sabe ler com certeza não sabe usar um computador e massa de analfabetos votante é enorme.
Ficam aí essas duas questões para que o TRE esclareça a população interessada na democracia, mas cansada de filas, de esperas e de maçadas.
Aniversário
Uma sugestão para os que fazem a segurança na Paraíba. Já tivemos noventa e uma agências e correspondentes bancários assaltados no Estado.
Que tal fazer uma comemoração do centésimo assalto, com banda de música, desfile cívico e fogos de artifício?
Acredito que uma ocasião tão alvissareira não deva passar assim em brancas nuvens. Afinal esse é um fato inédito nunca visto na Paraíba e presenciado apenas em poucos Estados.
Vamos fazer a festança!
Equipamento
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É incrível que o MP tenha de forçar o Trauma a dispensar as macas que chegam com os feridos nas ambulâncias.
O Trauma está tão falido assim, que nem macas pode comprar?
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Agora, seus adversários lembram aos moradores esse seu gesto, que com certeza não será do agrado geral.
Sucata
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Acho um rigor exagerado punir o juiz que está preso e usou um celular de amigos para desabafar suas mágoas.
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E vai ficar assim mesmo o caso do Jampa Digital para a prefeitura? Cartaxo diz que os equipamentos são obsoletos. Tá bom. E ninguém vai ser responsabilizado ou punido por isso?
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Troca
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Frases…
Pudendas – Está na Bíblia. O pudor veio depois do pecado.
Acorde! – Como correr atrás de um sonho se você está dormindo?
