Mentor do estupro coletivo é condenado a 106 anos de prisão

O julgamento durou 17 horas e a condenação foi anunciada por volta das 9h30 desta sexta-feira (26)

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(Jornal da Paraíba) – Eduardo dos Santos Pereira,  acusado de ser o mentor do “estupro coletivo” de cinco mulheres e assassinato de duas delas, em fevereiro de 2012 em Queimadas, no Agreste do Estado, foi condenado a 106 anos e quatro meses de prisão. A sentença foi anunciada pelo juiz às 9h. Eduardo Santos foi considerado culpado pelos dois homicídios, formação de quadrilha, cárcere privado, corrupção de menores e porte ilegal de arma, além dos cinco estupros.  O julgamento aconteceu  no 1º Tribunal do Júri, no Fórum Criminal de João Pessoa e durou 17 horas.

A sessão foi aberta às 14h, desta quinta-feira (25) . Quatro homens e três mulheres formaram o corpo de jurados. O promotor do caso, Francisco Antônio de Sarmento Vieira, que denunciou o réu por duplo homicídio triplamente qualificado, estupro e cárcere privado, apresentou seis testemunhas de acusação, duas delas vítimas sobreviventes do estupro.
As duas mulheres foram as primeiras a prestar depoimento. A pedido do promotor e das vítimas, o acusado foi retirado da sessão durante o pronunciamento.
Um policial militar que participou da prisão de Eduardo Pereira também foi ouvido. Segundo ele, durante as investigações e prisão do acusado, os outros envolvidos no caso apontavam o réu como o mentor dos estupros e mandante das mortes, e afirmavam, inclusive, que ele “mordia as vítimas durante os estupros”, disse. O policial lembrou a frieza de Eduardo Pereira ao participar do velório das duas mulheres.
Um dos acusados de participação no crime, que também está detido, foi apresentado como testemunha de acusação pela promotoria. Assim como o policial, ele confirmou que as ordens para o estupro e morte das mulheres partiram do réu.
O julgamento foi marcado pela emoção de familiares e amigos da professora Isabela Pajuçara e da recepcionista Michelle Domingos, estupradas e mortas. A tia de Michelle , Zeuma Domingos, veio à capital acompanhar o julgamento. “Esse momento traz muita coisa à tona. A presença de Michelle e Isabella é muito forte ainda entre nós. A gente não consegue apagá-las. Em memória disso, pedimos que a Justiça seja feita”, reforçou.
RELEMBRE O CASO
Segundo a denúncia do Ministério Público, o estupro coletivo, que ocorreu no dia 12 de fevereiro de 2012, em Queimadas, foi articulado pelos irmãos Eduardo e Luciano dos Santos Pereira, este último já condenado. Os dois, junto com outros oito homens, dos quais três eram adolescentes, convidaram Michelle Domingues, Isabela Pajuçara e outras três mulheres para a festa de aniversário de Luciano.
Quatro dos homens invadiram a festa mascarados e simularam um assalto. As cinco mulheres foram violentadas sexualmente por todos os homens. Isabella e Michelle reconheceram as vozes dos irmãos e conseguiram ver os rostos deles, motivos pelos quais teriam sido assassinadas.