pesquisa

Máscara PFF2 oferece quase 100% de proteção contra o coronavírus, diz estudo

Estudo divulgado pelo Instituto Max Planck, da Alemanha, mostra os riscos máximos de infecção pelo vírus em diferentes cenários com e sem máscaras.

Máscaras do tipo PFF2, que são equivalentes as máscaras KN95, oferecem quase 100% de proteção contra o coronavírus, concluiu um estudo divulgado na última semana pelo Instituto Max Planck, da Alemanha.

Segundo os autores do estudo, o risco de um infectado transmitir a doença em um local fechado em uma distância de três metros é alto. Leva menos de cinco minutos para uma pessoa não vacinada parada próxima à uma pessoa com Covid-19 ser infectada com quase 100% de certeza, diz o estudo.

No entanto, se ambos estiverem usando máscaras médicas bem ajustadas ou – melhor ainda – máscaras FFP2, o risco cai drasticamente, de acordo com os pesquisadores do Instituto Max Planck de Dinâmica e Auto-Organização em Göttingen, na Alemanha.

“Não teríamos pensado que a uma distância de vários metros levaria tão pouco tempo para a dose infecciosa ser absorvida pelo hálito de um portador do vírus”, disse Eberhard Bodenschatz, diretor do Instituto Max Planck, em um comunicado.

Os pesquisadores explicam que, a esta distância, o ar respirável se espalha no ar em forma de cone. Além disso, partículas particularmente grandes e, portanto, ricas em vírus, caem no solo após uma curta distância no ar.

“Em nosso estudo, descobrimos que o risco de infecção sem o uso de máscaras é enormemente alto depois de apenas alguns minutos, mesmo a uma distância de três metros, se as pessoas infectadas têm alta carga viral da variante delta do Sars-CoV-2”, diz Bodenschatz.

Os ambientes que mais propiciam esse tipo de infecção são escolas, restaurantes e clubes, mas mesmo ao ar livre o risco de infecção nessas condições ainda é alto, diz o estudo.

O estudo confirma que as máscaras FFP2 ou KN95 são particularmente eficazes na filtragem de partículas infecciosas do ar respirado – especialmente se forem ajustadas firmemente ao rosto. Se tanto a pessoa infectada quanto a não infectada usarem máscaras FFP2 bem ajustadas, o risco máximo de infecção após 20 minutos dificilmente será superior a um por mil, mesmo na distância mais curta, dizem os pesquisadores.

Se as máscaras estiverem bem ajustadas, a probabilidade de infecção aumenta para cerca de 4%.

O estudo também confirma a suposição intuitiva de que, para uma proteção eficaz contra infecções, a pessoa infectada deve usar uma máscara que filtre o melhor possível e se ajuste bem ao rosto.

Como as máscaras protegem contra Covid-19, diz estudo

O estudo usou um manequim para demonstrar como a nuvem respiratória e, possivelmente, os coronavírus se espalham em diferentes cenários.

Sem uma máscara, muitas partículas potencialmente infecciosas se dispersam na sala, dizem os pesquisadores. As máscaras cirúrgicas já reduzem significativamente a quantidade, mesmo que não caibam bem.

As máscaras FFP2 ou KN95 bem ajustadas podem oferecer ainda mais proteção.

Embora a análise dos pesquisadores do Max Planck mostre que as máscaras FFP2 firmes ao rosto fornecem 75 vezes melhor proteção em comparação com as máscaras cirúrgicas bem ajustadas e que a maneira como a máscara é usada pode fazer uma grande diferença, as máscaras médicas reduzem significativamente o risco de infecção em comparação com uma situação sem qualquer proteção bucal ou nasal.

“É por isso que é tão importante que as pessoas usem uma máscara durante a pandemia”, disse Gholamhossein Bagheri, líder do grupo de pesquisa no Instituto Max Planck. “Nossos resultados mostram mais uma vez que o uso de máscaras é uma ideia muito boa”, disse Bodenschatz.

Fonte: Carolina Figueiredo e Rafaela Larada / CNN
Créditos: Carolina Figueiredo e Rafaela Larada / CNN