Em artigo publicado no Observatório da Imprensa, o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, de 61 anos, com Livre-docência e Doutor em Comunicação pela USP, fez uma reflexão que vale registrar aqui. O autor do livro “Marketing Eleitoral” (Publifolha) destacou que, partidos e líderes políticos fazem concessões e traem ideais e biografias para conseguir mais tempo no horário eleitoral gratuito. Nesta eleição, na Paraíba não faltam exemplos. Nem ouso listar aqui para não pecar pela omissão.

Segundo ele, muitos fazem isso porque têm a crença generalizada que de as pessoas se deixam manipular pelas propagandas eleitorais nos meios de comunicação de massa. Para exemplificar a afirmação, o professor resgatou algumas negativas da ciência e da história e disse que nem sempre aparecer mais tempo na TV é sinal de vitória. “Não foi assim em 1989: Ulysses Guimarães tinha o dobro do tempo da propaganda eleitoral e Aureliano Chaves, 60% a mais do que Lula e Collor juntos. Estes, não aqueles, passaram ao segundo turno”, resgatou.

O professor também usou o exemplo de 2002. “Lula tinha menos tempo que Serra, em 2002, e que Alckmin, em 2006, mas ganhou as duas eleições. Nos três exemplos, o vitorioso foi percebido pelos eleitores como quem tinha mais condições de realizar o que a maioria desejava para o futuro. Pouco importou que aparecessem menos tempo na TV.” Segundo ele, outra lenda é que partido que mais gasta com marketing leva vantagem. O professor Carlos Eduardo foi em 1989: “ o PMDB de Ulysses investiu 13 vezes mais em propaganda que o PRN de Collor e cem vezes mais que o PT de Lula”. Neste ano, ele exemplifica, Dilma tem quase seis vezes mais tempo que Marina, e Aécio mais que o dobro que a candidata do PSB, mas só ela disparou nas pesquisas. Alguém pode dizer que é por causa do fenômeno Eduardo Campos. Mas por que a socialista ainda não caiu ao ponto de ser ultrapassado por Aécio, que tem mais tempo no guia?

Para o professor, isso não surpreende quem acompanha a pesquisa acadêmica na área de comunicação. “Em 1940 e 1944, Paul Lazarsfeld fez um pioneiro estudo metódico nos EUA sobre comportamento eleitoral e consumo de informação dos cidadãos. Sua conclusão foi que os meios de comunicação exerceram influência pequena ou nula sobre a decisão de voto das pessoas. Nos 70 anos seguintes, a literatura científica tem corroborado as suas conclusões”. Para finalizar, ele deixou uma liçãozinha para qualquer político “O que define a preferência do eleitor é a mensagem do candidato e o quanto ele a identifica como parte de suas próprias aspirações”.

Acima
Seguindo a linha do artigo acima, Aécio não tem convencido os paraibanos da sua capacidade de gestão. Continua 13 pontos atrás da socialista Marina Silva.
Programas
Não há dúvidas que a dependência dos paraibanos dos programas sociais dão a Dilma liderança absoluta. 51% contra 24% de Marina.

Beneficiados
Vale lembrar que cerca de 1,69 milhão de pessoas são beneficiadas pelo Programa Bolsa Família na Paraíba. 43% da população.

Perfil
Mas a candidata à reeleição também tem muita popularidade na faixa de quem tem renda familiar acima de 5 salários mínimos: 42% da intenções de voto, segundo o Ipespe.

Rejeição
Apesar de estar em segundo lugar nas intenções e se manter firme, Marina lidera a rejeição na Paraíba, com 30%. É maior inclusive que a de Aécio, com 17%.

Cantinho
A semana deve ser de troca-troca de apoios e aliados. Desfaz-se nos próximos dias os acordos que foram feitos nas convenções. Vale , agora, encontrar um cantinho seguro para se aproximar o poder.

Auxílio-moradia
O ministro Luiz Fux, do STF, concedeu auxílio-moradia a todos os juízes do país. Na última sexta, estendeu a medida à Justiça do Trabalho, à Justiça Militar e aos Tribunais de Justiça de nove estados que ainda não tinham direito a ajudinha. O juízes daqui da Paraíba estão na lista dos beneficiados. O valor a ser pago é o mesmo oferecido a ministros do STF, de R$ 4.377,73. Não precisa prestar de recibo. Mesmo que não use, o direito é garantido. Pense num auxílio.

Rejeição
A maior rejeição de Cássio (PSDB), de acordo com a pesquisa Ipespe, é na Zona da Mata, 32%. Já Ricardo tem a maior rejeição no Agreste, 39%.

Cantinho
A semana deve ser de troca-troca de apoios e aliados. Desfaz-se nos próximos dias os acordos que foram feitos nas convenções. Vale , agora, encontrar um cantinho seguro para se aproximar o poder.

Sem relações
O ex-prefeito de Catolé do Rocha, Lauro Maia, não rompeu apenas com o primo, Gervásio Maia (PMDB). Resolveu cortar relações eleitorais com todo partido. Agora ele é Ricardo (PSB). O apoio foi anunciado no fim da semana.

“Causos”
Supersalário, superfaturamento de helicóptero, propina, mensalão a deputados. Vai ser preciso se fazer uma listinha para acompanhar e fiscalizar o andamento desses “causos”. E ainda tem uma semana de outros. Em frente!