Lena Guimarães
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Tivemos seis eleições para governador desde 1990. Em três delas, João Pessoa e Campina Grande deram a vitória ao mesmo candidato. Nas outras três, divergiram. Contudo, foram os preferidos da ‘Rainha da Borborema’ que chegaram ao Palácio da Redenção. Venceu todas.

Os percentuais dados aos candidatos nem sempre são muito diferentes nos dois maiores colégios eleitorais do Estado. Em Campina são um pouco maior, mas é fato que a cidade tem influenciado mais os eleitores do Interior, para os quais é a capital comercial da Paraíba.

Vamos as estatísticas: em 1990, Campina deu 82,84% dos votos a Ronaldo Cunha Lima, enquanto Wilson Braga venceu em João Pessoa com 56,69%. O eleito foi o favorito dos campinenses. Em 1994, Antonio Mariz ganhou nas duas cidades, sendo que em Campina com 75,97% e na Capital com 53,85%. No ano do racha no PMDB, 1998, José Maranhão também ganhou geral, atingindo 72,74% na cidade serrana e 71,84% na Capital.

Em 2002, Cássio foi eleito governador obtendo 74,24% dos votos de Campina, mas João Pessoa deu 62,14% a Roberto Paulino. Em 2006, o tucano foi reeleito e obteve 69,25% dos votos dos campinenses, enquanto a capital, outra vez escolheu seu opositor, José Maranhão, que atingiu 60,98%. Em 2010, Ricardo Coutinho foi o terceiro eleito a ganhar nas duas cidades. Recebeu 62,89% dos sufrágios na terra de Cássio, mais do que na capital que governou, 58,17%.

A exceção de 1998, quando cruzaram os braços, os Cunha Lima ganharam todas as disputas para o Governo do Estado em Campina. Em quatro contavam com aliados na Prefeitura, mas em duas, era o adversário Veneziano Vital do Rêgo quem estava com o poder.

Na Capital, o PDT ganhou uma tendo o prefeito, o PMDB venceu quatro e em apenas uma contou com apoio de um aliado, e o PSB venceu a última com o respaldo do então filiado Luciano Agra.

João Pessoa tem 16,75% do eleitorado do Estado, mas a região metropolitana que polariza, e que conta com mais oito municípios, soma 26,78% dos votos. Já Campina tem bem menos,  9,77%, e sua região metropolitana, com mais 14 cidades, soma 15,14% dos votos da Paraíba.

Neste 2014, pela primeira vez desde a redemocratização do país, filhos das duas cidades serão candidatos. Seus discursos dirão se teremos uma disputa de partidos, ou de João Pessoa contra Campina.

 

 

 

TORPEDO

Se quiser, será o nosso Senador, pois Rômulo, você já tem cara de Senador.

 

Do governador Ricardo Coutinho (PSD), em Caiçara, dirigindo-se a seu vice-governador e Presidente do PSD, Rômulo Gouveia.

 

 

 

Tempo tucano

Ricardo Coutinho (PSB) não faz mais segredos dos problemas com Cássio. Ontem, em Cajazeiras, revelou que agendou com ele seis reuniões para discutirem a aliança, e que nenhuma aconteceu. Foram desmarcadas pelo tucano.

 

Boa lição

Presidente do PTC, Tavinho Santos acha que “se o brasileiro acreditasse mais na força que tem, não existiriam tantos políticos corruptos”. E que se “os governantes fingem que são surdos, mais um motivo para o povo não ficar mudo”.

 

Haja barulho!

Os auditores fiscais prometem incomodar, e muito, o governador Ricardo Coutinho. Não só aprovaram indicativo de greve entre os dias 17 e 19 de março, como marcaram protesto, na porta da Granja Santana, para esta quinta-feira.

 

Dinheiro no bolso

Os auditores fiscais reprovam a política salarial do governo, dizem que estão perdendo conquistas obtidas em outras gestões e também poder aquisitivo. Querem revisão para mais do reajuste de janeiro, que garantem ter sido de apenas 5%.

 

 

 

ZIGUE-ZAGUE

+ Vital do Rêgo (PMDB) nega acordo com Cássio (PSDB) para as eleições. O encontro deles seria consequência do bom relacionamento que mantêm no Senado.

+ Cresce no TJPB,  o prestígio do desembargador Oswaldo Trigueiro do Vale. É destacado pela formação, sensatez dos posicionamentos e facilidade de relacionamento.

 

 

 

100 anos de Abelardo

Amanhã, às 18h30, no auditório da PBTur, o Governo do Estado, através da Fundação Casa de José Américo, prestará homenagem ao ministro Abelardo Jurema, pelo centenário do seu nascimento. Advogado por formação e político por vocação, ele foi prefeito de Itabaiana (1937) e de João Pessoa (1946.1947), chegou ao Senado como suplente de Rui Carneiro. Eleito deputado federal, foi líder do governo de Juscelino Kubitscheck na Câmara e depois, ministro da Justiça de João Goulart. Foi cassado e exilado pelo golpe de1964. É pai e fonte permanente de inspiração do jornalista Abelardo Jurema. Integra a galeria dos grandes homens da Paraíba.

 

 

 

PONTO FINAL

O paraibano Lindbergh Farias (PT) vai enfrentar batalha dura pelo Governo do Rio de Janeiro. O candidato do PMDB, o ainda vice-governador Luiz Fernando Pezão já conseguiu o apoio de 14 partidos e um tempo privilegiado de guia eleitoral.