incoerência no mensageiro

Hipocrisia evangélica ou intolerância religiosa? Márcia Fellipe expõe fragilidade em crenças - Por Érika Soares

Por mais seja óbvio e do conhecimento da maioria, vamos contextualizar. Márcia Fellipe, em meio à chuva de notícias sobre a canonização da Irmã Dulce, primeira santa brasileira, disparou o comentário de que ‘santo’, só o Senhor.

O burburinho da vez colocou a cantora Márcia Felipe nos holofotes da mídia e na mira da metralhadora de críticas. Entretanto, a artista não foi a única a ser julgada por algo que falou. No mesmo parâmetro de julgamento se enquadra as coleguinhas Simone e Simaria.

Por mais seja óbvio e do conhecimento da maioria, vamos contextualizar. Márcia Fellipe, em meio à chuva de notícias sobre a canonização da Irmã Dulce, primeira santa brasileira, disparou o comentário de que ‘santo’, só o Senhor.

Num episódio anterior a este, Simone e Simaria, durante o programa Música Boa Ao Vivo, do canal Multishow, silenciaram a voz durante o trecho da música Quero Ser Feliz da Banda Natiruts, que cita Iemanjá.

Tanto Márcia Fellipe como Simone e Simaria se declaram evangélicas. Não é preciso aprofundar muito para se constatar total incoerência com a crença professada. Dizer uma coisa e fazer outra. Professar santidade e preceitos bíblicos, ao passo que seu trabalho revela algo completamente diferente. Músicas que falam de bebedeiras, traições, farras e etc. Vestimentas que passam longe da modéstia e dos bons costumes. Será este o motivo de tantas críticas? A conduta hipócrita? Será uma intolerância religiosa velada? Ou até mesmo inocência do público?

E um aspecto terei de concordar com as palavras de Márcia Fellipe, segundo às Escrituras Sagradas, todos somos pecadores, cheio de erros, falhas e corrupções. E que o único santo que há é Cristo Jesus. Não quero confrontar a crença de ninguém. Nas mesmas Escrituras, fala-se que o ser humano tem livre arbítrio, direito de escolha. Defendo que todos têm liberdade de crença, mas também o dever de respeitar o próximo.

Independente das condutas, atitudes, estilo de vida, erros e acertos, o que foi dito não deixará de ser uma verdade cristã. Independente do mensageiro, a mensagem é a mesma. Logo, me pergunto, a crítica é de fato e de direito contra a artista ou contra a mensagem pregada?

Por mais incoerente ou pecadora que a pessoa seja, ela não diria algo diferente do que foi dito. Porque esta é a verdade cristã e nela não há sombra de dúvidas ou variações. Seria muita inocência do público, acreditar que, por exemplo, Márcia Fellipe diria algo contrário aos princípios religiosos que ela diz seguir.

No entanto, um ponto merece ser destacado. Não sejamos hipócritas. Defendo sim o que foi dito no que se refere à santidade, mas não vejo coerência no discurso do mensageiro. Se for para pregar preceitos bíblicos, que estejamos em conformidade com o tudo aquilo que é considerado certo perante esta doutrina ou mandamentos, ou pelo menos buscando.

A caminhada cristã consiste em reconhecer a natureza de pecador e buscar melhorar. É abrir mão e renunciar a inúmeras coisas para seguir a verdade na qual acreditar. Se o contrário disso é vivido, então não é plausível que a esta pessoa esteja vinculada a imagem de um cristão.

Continuo crendo na mensagem e vendo hipocrisia no mensageiro, a partir do momento que não se busca seguir os preceitos nos quais acredita. Todos somos livres para crer em qualquer coisa. Acreditar Em fantasmas, espíritos, fadas, duendes, cristianismo, candomblé, umbanda. Acreditar em um mundo melhor, pessoas melhores, acreditar que o Brasil está em boas mãos ou que estaria em mãos melhores.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Érika Soares