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'Há indícios de que fogo no Pantanal foi causado por fazendeiros', diz delegado da PF

Questionado sobre a possibilidade de envolvimento de pequenos produtores ou indígenas, Rocha avalia que todos os cenários devem ser apurados

A Polícia Federal de Mato Grosso do Sul investiga se os incêndios que devastaram mais de 25 mil hectares começaram em quatro fazendas de grande porte em Corumbá, na região do Pantanal.

A suspeita é de que produtores rurais tenham colocado fogo na vegetação para transformação em área de pastagem.

Em entrevista à CNN, Daniel Rocha, delegado da Polícia Federal que acompanha as investigações, fez um balanço da operação e avalia que o fogo foi provocado por ação humana, mas que a corporação segue em busca das razões que levaram ao incêndio.

“As investigações demonstram, tanto pela época do ano, que não tem como essas queimadas terem sido de provocadas de forma natural, porque nós não temos descarga elétrica neste período. Não tivemos chuva nesse período. Portanto, a causa é humana, mas nós estamos investigando se foi em razão de ordem de fazedeiros ou não”, disse Rocha.

O delegado afirma, no entanto, que “algumas fazendas foram devastadas” e que “o fogo atingiu quase sua totalidade.”

“Pode ser que o fazendeiro pode ter colocado fogo em determinado lugar e ele tomou proporções maiores ou ele quis renovar a pastagem de toda a propriedade. Mas isso é apenas um indício.”

Questionado sobre a possibilidade de envolvimento de pequenos produtores ou indígenas, Rocha avalia que todos os cenários devem ser apurados.

“Nós não podemos descartar isso, porque as investigações ainda não foram concluídas. Aqui na região do Pantanal existem ribeirinhos, que podem entrar nas propriedades e atear fogo. Mas os nossos indícios são de que, como os focos se iniciaram no interior das propriedades e em regiões pouco povadas, há indícios de que tenham sido praticadas em razão de ordem do produtor. Mas não descartamos a ação de terceiros.”

Na avaliação do delegado, caso isso venha a ser comprovado, a somatória das penas podem chegar até 15 anos de prisão.

“Mas isso vai depender da análise. Como são quatro fazendas diversas, quatro investigações diversas, precisa ver se aquele foco atingiu uma Área de Preservação Permanente ou uma Unidade de Conservação Ambiental. Vai depender de cada caso específico.”

A equipe ainda aguarda análises das perícias para os próximos passos da operação.

“Nós deflagramos a operação no dia 14 de setembro e até o momento nós estamos aguardando os resultados das perícias locais e nos celulares que foram apreendidos para poder dizer o decorrer das investigações, se avançamos ou não.”

Fonte: CNN Brasil
Créditos: CNN Brasil