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Funcionário tenta barrar jovem em mercado na Bahia por usar short curto - VEJA VÍDEO

Dois seguranças de um supermercado em Salvador foram acusados de tentar impedir a entrada de um estudante de psicologia no local por causa da roupa que ele vestia. De acordo com o jovem Marcos Pascoal, de 25 anos, os funcionários teriam afirmado que a roupa dele não era para homens. O caso ocorreu na noite deste domingo (20).

Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, Pascoal aparece questionando os seguranças o motivo dele não poder entrar no mercado com um shorts curto. “O senhor é homem, então o senhor tem que ajeitar o seu shorts”, afirma um dos funcionários em um trecho da gravação.

 

 

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Tentaram me impedir de entrar no supermercado, perguntei o motivo e olha só o show de horrores: Ajudem a divulgar isso! Tenho que ME VESTIR COMO HOMEM porque ofendo crianças. Mas só EU, outras pessoas não. Que nome se dá pra esse tipo de discriminação? Só um adendo: se a opinião de quem está à frente do mercado me acha indigno de entrar ali por causa da minha roupa e que não posso ser visto pelas crianças (sou mau exemplo?), que guarde para si. Quando essa opinião tenta me barrar em um local de acesso público, temos um problema. Explicando toda a situação: Na noite de ontem, ao tentar entrar no Walmart de Itapuã, em Salvador, um funcionário tentou negar a minha entrada porque eu estava com um short curto. Mediante a vergonha da cena, abaixei o short duas vezes perguntando ao funcionário se com aquele tamanho eu poderia entrar. Ele fez sinais gestuais dizendo que não, abaixei mais um pouco, já humilhado naquela situação, e consegui entrar. Na hora da saída, ajeitei meu short e novamente vieram me repreender. Dessa vez, questionei ao segurança do vídeo sobre o porquê de todo esse incômodo comigo e a resposta foi essa que vocês estão vendo. Não gritei, não xinguei e nem agredi ninguém. A única coisa que eu fiz foi fazer perguntas, pedir esclarecimentos. Eu sou um homem gay, negro e pobre. Eu não iria cair na besteira de fazer “barraco” porque a gente sabe qual o lado fraco da corda. E todos nós sabemos que o sistema não dá a mínima para vidas como a minha. Também não posto sem o mosaico nos rostos porque, ao contrário do mural público que a internet parece ser, as pessoas tem o direito de ter sua imagem preservada e eu não quero receber processos por isso. Minha advogada está entrando com uma ação contra o supermercado por todo o vexame que ele me fez passar. É isso, não se calem mas também tentem agir com cuidado nessas situações, se possível. Deixe o outro tropeçar em suas próprias palavras, ele tem que se justificar, não eu. Do mercado, mais preparo e responsabilidade. Dos funcionários, mais humanidade.

Uma publicação compartilhada por Pascoal De Oliveira (@qualfoipascoal) em


 

Segundo Pascoal, para poder entrar no local, ele abaixou o shorts algumas vezes até os guardas autorizarem a entrada dele.

“Mediante a vergonha da cena, abaixei o short duas vezes perguntando ao funcionário se com aquele tamanho eu poderia entrar. Ele fez sinais gestuais dizendo que não, abaixei mais um pouco, já humilhado naquela situação, e consegui entrar”, contou. Ao G1, o jovem afirmou que vai registrar boletim de ocorrência do caso nesta segunda-feira (21).

Em nota ao G1, o Grupo BIG, responsável pela administração do supermercado, informou que o fato ocorrido no supermercado de Itapuã é “inadmissível e não corresponde aos procedimentos e valores da empresa”.

A empresa informou que vai tomar medidas cabíveis, como o afastamento do segurança terceirizado e que está em contato com o cliente, colocando-se à sua disposição para toda assistência necessária nesse momento. O Grupo BIG reiterou ainda que não aceita situações como essa e reforçou o pedido de desculpas ao cliente.

Fonte: Terra
Créditos: Polêmica Paraíba