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Farmacêutica indiana fecha acordo para fornecer vacina a empresa brasileira

Imunizante será destinado prioritariamente ao setor público, mas haverá também para setor privado. Vacina foi aprovada na Índia para uso emergencial, mas Fase 3 de estudos ainda não foi concluída

A farmacêutica indiana Bharat Biotech anunciou nesta terça-feira (12) que assinou um acordo de fornecimento de sua vacina contra a Covid-19 Covaxin para a empresa brasileira Precisa Medicamentos.

A quantidade de vacinas disponíveis para o Brasil não foi divulgada, mas a prioridade de abastecimento é para o setor público, por meio de acordo com o governo brasileiro, se ele manifestar interesse.

A companhia indiana disse ainda que o fornecimento para clínicas privadas de vacinação no Brasil poderia ocorrer assim que houver uma aprovação do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Ao G1, a Precisa detalhou que a Bharat produz quantidades separadas de vacinas para os setores público e privado. Isso significa que a destinação de parte da produção para venda privada não afeta a disponibilidade para o setor público.

Segundo a empresa, se o Brasil não consumir as vacinas oferecidas pela Bharat no setor privado, estas serão destinadas para a venda privada em outros países.

Na semana passada, a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) enviou uma delegação à Índia para negociar a possível compra de doses da Covaxin para serem comercializadas por clínicas privadas.

Em uma transmissão em uma rede social, também na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo federal não vai “criar problema” para clínicas privadas comprarem doses de vacinas contra a Covid-19.

Procurada, a ABCVAC informou que não tem comentário a fazer sobre o assunto por ora.
Autorização emergencial

A Covaxin recebeu autorização emergencial da agência reguladora de medicamentos da Índia no início deste mês. Ela é produzida no país pelo Instituto Serum, o mesmo responsável pela produção da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a AstraZeneca.

Especialistas ouvidos pela agência de notícias Reuters criticam a aprovação da Covaxin para o uso emergencial. Isso porque não há dados completos sobre a eficácia da vacina, que está na fase final de testes em humanos, segundo o levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os ensaios clínicos de Fase 3 da Covaxin começaram em novembro de 2020. Segundo o laboratório responsável, mais de 26 mil voluntários indianos fazem parte desta etapa que busca por uma avaliação definitiva da sua eficácia e segurança em maiores populações.

Normalmente é apenas depois de concluídos os estudos da terceira e última fase que uma vacina pode receber o registro sanitário.
Plataforma da vacina

A Covaxin usa vírus inativados. Esta técnica utiliza vírus que foram expostos em laboratório a calor e produtos químicos para não serem capazes de se reproduzir.

Fonte: G1
Créditos: G1