Brasil — O ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), coronel Marcelo Costa Câmara, foi preso nesta quarta-feira (18) pela Polícia Federal, em Brasília. A prisão preventiva foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Segundo Moraes, ele usou redes sociais e manteve contato com investigados, o que violava as condições da liberdade provisória. Uma das comunicações foi com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, por meio do Instagram. Câmara teria falado sobre o acordo de delação de Cid e pedido sua anulação. O advogado de defesa, Eduardo Kuntz, confirmou a conversa, mas negou tentativa de interferência nas investigações.
Tentativa de acesso a delação
O ministro afirma que Câmara e seu advogado, Eduardo Kuntz, tentaram obter informações sigilosas sobre o acordo de colaboração de Cid. As conversas aconteceram enquanto Câmara ainda estava preso e incluíram encontros na Sociedade Hípica de Brasília.
Além da prisão, Moraes abriu novo inquérito para investigar a conduta dos dois. Ele determinou que Câmara, Kuntz e Cid sejam ouvidos pela Polícia Federal em até 15 dias.
Perfil secreto no Instagram
As conversas entre Cid e o advogado foram reveladas pela revista Veja. O material veio do perfil @gabrielar702, usado por Cid para se comunicar de forma clandestina durante sua delação. Em 40 dias, foram mais de 200 mensagens enviadas, incluindo trocas com Kuntz.
Acusações
Câmara é acusado de integrar uma organização criminosa que teria planejado sequestros e possíveis homicídios de autoridades, como o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Moraes.
Réu por tentativa de golpe de Estado, o coronel retorna à custódia da Polícia Federal enquanto as novas investigações avançam no STF.