COMUNICADO

Estado Islâmico assume autoria dos ataques terroristas desta terça-feira

Pelo menos 31 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em explosões em Bruxelas

ataque terroristaPelo menos 31 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em explosões no aeroporto e no metrô de Bruxelas, na Bélgica, na manhã desta terça-feira, 22. O governo elevou o alerta para terrorismo no país para nível máximo. Os ataques mas ele ocorrem quatro dias após a prisão, em Bruxelas, de Salah Abdeslam, principal suspeito pelos ataques de Paris em novembro.

De acordo com a ministra da Saúde belga, Maggie de Block, 14 pessoas teriam morrido nas duas explosões que ocorreram no no aeoporto e mais de 80 ficaram feridas. Já na estação Maelbeek, houve outra explosão que matou ao menos 20 pessoas e deixou e 106 feridos, segundo o prefeito de Bruxelas, Yvan Mayeur.

O grupo que se autodenomina “Estado Islâmico” assumiu a autoria dos ataques em comunicado oficial nesta tarde. Nele, os extremistas alertam para mais ataques que estão por vir noa “Estados aliados contra o Estado Islâmico”. Ainda de acordo com o “EI”, foram selecionados “alvos” na capita belga, sugerindo que os ataques foram direciobados ao centro. O comunicado também afirma que pelo menos 40 pessoas foram mortas e mais de 210 ficaram feridas.

Oficialmente, porém, ainda não há números exatos dos estragos causados pelos ataques, segundo o promotor Frederic van Leeuw. Em coletiva de imprensa, ele disse que diversas explosões foram controladas ao longo do dia, com as autoridades identificando pacotes suspeitos.

Além disso, Leeuw afirmou que as buscas feitas na região de Schaerbeek levaram à descoberta de dispositivos explosivos contendo pregos, produtos químicos e uma bandeira “Estado Islâmico”.

O primeiro-ministro belga, Charles Michel, confirmou que uma das explosões no aeroporto foi causada por um ataque suicida. Ele classificou a ação como “violenta e covarde” e disse que foi um “momento trágico na história do país”.

As duas primeiras explosões aconteceram por volta das 8h (4h de Brasília) no aeroporto de Zaventem. A terceira ocorreu cerca de uma hora depois na estação de metrô de Maelbeek, perto das instituições da União Europeia.

O aeroporto, o metrô e todo o sistema de transportes da cidade (incluindo ônibus e VLTs) estão parados. Os trens da Eurostar de Bruxelas para Londres também foram suspensos. O estado de alerta foi elevado ao máximo na Bélgica, e tropas nacionais foram enviadas a Bruxelas. A imprensa local divulgou imagens de uma câmera mostrando três homens que os policiais suspeitam terem sido os responsáveis pelas explosões no aeroporto.

A polícia chegou a divulgar também a imagem de um homem suspeito de estar envolvido nos ataques ao aeroporto de Bruxelas.

A emissora estatal RTBF disse que o palácio real teve de ser evacuado – a família real belga disse em comunicado que estava “abalada com o odioso ataque”. A emissora  diz também que a polícia está investigando casas de suspeitos em Bruxelas. Autoridades também estão fazendo buscas no distrito de Schaerbeek.

O presidente americano, Barack Obama, está em Cuba, mas enviou uma mensagem de apoio ao governo belga. “Nós podemos e nós vamos derrotar esses que ameaçam a segurança das pessoas ao redor do mundo”, afirmou.

As autoridades belgas declaram três dias de luto oficial pelos ataques.

Ataques
Segundo a agência de notícias Belga, houve tiros e gritos em árabe antes das explosões no aeroporto. A mídia belga afirma que uma das explosões no aeroporto foi causada por um ataque suicida. A outra bomba estaria em um pacote. Também há relatos de que uma das explosões teria ocorrido perto da área de check-in da American Airlines, mas isso não foi confirmado.

A emissora belga RTBF citou uma testemunha dizendo que havia pessoas feridas e inconscientes no saguão do aeroporto, perto do hotel Sheraton. Imagens publicadas em redes sociais mostram fumaça saindo de um dos terminais do aeroporto. Os trens que vão para o local foram suspensos.

“Eu estava no meu intervalo e ouvi e senti uma grande explosão – daqui temos vista para a área de check-in e vimos fumaça vindo de lá”, disse Niels Caignau, funcionário da Swissport, à emissora VRT. “As janelas estão completamente despedaçadas. As pessoas saíram em choque. A situação não está boa”, completou.

O repórter da BBC Gavin Lee está em Bruxelas e traz relatos de pânico no metrô em Bruxelas. “As pessoas estavam correndo sobre as outras que haviam caído. Eu não podia respirar. Não consigo acreditar que estou vivo”, disse a ele o jovem Antoine, de 15 anos.

Segundo Lee, as pessoas ainda estão perdidas na região e perguntam aos policiais o que elas devem fazer, qual seria um lugar seguro para ir. Mas, por enquanto, ninguém tem certeza sobre qual resposta dar a essas perguntas.

França
A França anunciou que vai empregar 1600 agentes para reforçar a segurança nas fronteiras após as explosões em Bruxelas. Os policiais irão para aeroportos, estações de trens e postos de fronteiras. Segundo a polícia francesa, os ataques de novembro em Paris, que mataram 130 pessoas, foram em grande parte planejados em Bruxelas por pessoas ligadas ao grupo autodenominado “Estado Islâmico”.

Após a prisão de Abdeslam, que seria o principal responsável pelos ataques, o ministro das Relações Exteriores da Bélgica, Didier Reynders, disse que a descoberta de armas indicava que cúmplices dele poderiam realizar novos ataques.

Até o momento, nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques. Mas apoiadores do Estado Islâmico elogiaram a ação nas redes sociais e parecem acreditar que o grupo é responsável por ela.

Alguns estão usando, em árabe, a hashtag #BruxelasEmFogo para elogiar os eventos. Os apoiadores do EI usaram hashtags semelhantes para comemorar os ataques de Paris.

Se o Estado Islâmico de fato for o responsável pelos ataques, é provável que só assumam a responsabilidade depois que a ação for concluída, ou seja, quando não houver mais ataques planejados ou quando todos os que atuaram neles tiverem fugido (ou morrido), como foi feito em outras ocasiões. Já os partidários da al-Qaeda não estão sendo tão ativos sobre os ataques nas redes.

Fonte: BBC