O senador Efraim Filho, líder do União Brasil e pré-candidato ao governo do Estado em 2026, acredita que há espaço para a construção de uma oposição competitiva que dispute com chances de vitória o Palácio da Redenção e assegurou que pessoalmente está empenhado nesse projeto, articulando-se com líderes que combatem o esquema do governador João Azevêdo (PSB), num arco de alianças que envolve o ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSD) e o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga (PL).
Em entrevista, ontem, à rádio Arapuan, Efraim voltou a falar em sentimento de exaustão por parte de segmentos do eleitorado com o reinado socialista de quase duas décadas e colocou-se como arauto de um modelo de renovação que, conforme ele, trará experiências interessantes para o desenvolvimento econômico e social do Estado. O senador admitiu que Pedro Cunha Lima poderá compor a sua chapa na condição de candidato a vice-governador. Pedro disputou o segundo turno da eleição ao governo contra João Azevêdo em 2022 e perdeu por uma diferença estreita. De acordo com Efraim, os entendimentos estão bastante avançados com o PL bolsonarista comandado por Marcelo Queiroga, que disputou o segundo turno à prefeitura de João Pessoa em 2024. A perspectiva é que a direita bolsonarista feche com seu projeto de candidatura, podendo o próprio Queiroga integrar a chapa como candidato a uma vaga ao Senado.
Efraim relatou não ter dificuldades para ser “o candidato bolsonarista” no pleito do próximo ano e hipotecou sua solidariedade ao ex-presidente da República, alvo de medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre Moraes no âmbito do Supremo Tribunal Federal em investigação sobre crime de lesa-pátria. Para o parlamentar, não está havendo um julgamento justo de Bolsonaro nos vários processos a que responde, inclusive, o de suposta articulação de um golpe de Estado no país. Lamentou que o Supremo Tribunal Federal esteja utilizando “dois pesos e duas medidas” nos casos ligados a episódios de radicalização política-ideológica no país. Efraim não chegou a defender o tarifaço anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, contra produtos brasileiros, por solidariedade a Jair Bolsonaro, mas avaliou que autoridades do governo brasileiro não foram nada diplomáticas na negociação sobre taxas comerciais, citando que algumas figuras muito ligadas a Lula dirigiram ofensas pessoais a representantes da potência americana.
Por outro lado, o senador reiterou que considera equivocada a posição do STF validando o projeto de lei do governo Lula que eleva o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), projeto esse que havia sido derrotado por maioria no Congresso Nacional. Frisou que o governo do presidente Lula persiste na “sanha arrecadatória” a qualquer custo, penalizando os micros e pequenos empresários, e, de sua parte, salientou que sempre votará contra a imposição de tributos por parte do Executivo. Ele vaticinou, inclusive, que está próximo um “desembarque” do União Brasil de ministérios que ocupa no governo federal e que, pessoalmente, apoia esse gesto, já que defende alinhamento com uma candidatura de direita à Presidência da República no próximo ano. O senador, que na recente pesquisa do Instituto Seta-Polêmica Paraíba sobre intenções de voto para o governo da Paraíba ficou abaixo de Pedro Cunha Lima, este com 14,1%, foi enfático ao salientar que a estratégia que está sendo discutida pela oposição paraibana a tornará “competitiva” no pleito majoritário, observando que os entendimentos estão sendo pautados por pragmatismo, profissionalismo e sentimento de unidade. Voltou a cutucar o esquema governista, que, a seu ver, está repleto de divisões, e frisou que esse cenário confirma os seus prognósticos, lá atrás, de racha no situacionismo estadual. Efraim mencionou que a sua pré-candidatura ao governo está sendo costurada em clima democrático e lembrou que tem percorrido regiões do interior para sentir de perto as necessidades da população.
Ele comentou, também, a aceleração das tratativas de cúpula em Brasília para formalização da federação entre o União Brasil e o Partido Progressistas (PP), que em nosso Estado tem como expoentes o vice-governador Lucas Ribeiro e o deputado federal Aguinaldo Ribeiro. Efraim mantém a confiança de que o comando da federação no Estado passará ao seu controle, citando que a nível nacional está definida uma gestão compartilhada que se iniciará com o União Brasil. Mas ele não descarta migração partidária, se houver necessidade diante de uma situação extrema. O que lhe interessa mais de perto é a consolidação do projeto de sua candidatura a governador – e Efraim considera que a receptividade tem sido excelente e que tem se ampliado o arco de apoios a essa pretensão no âmbito das oposições paraibanas.