Polêmicas

É público e notório que o financiamento privado das campanhas corrompe o sistema político, interferindo de maneira nefasta na administração pública

Aprimorar o sistema, por Rui Falcão

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Rui Falcão, O Globo

Acampanha eleitoral que se estende até outubro compõe o tempo ideal para um amplo debate público sobre a inadiável reforma política. É hora de rever a interferência dos interesses privados na administração pública e criar as bases para uma mudança real, que só será efetiva se implantado o financiamento público exclusivo das campanhas.

É público e notório que o financiamento privado das campanhas corrompe o sistema político, interferindo de maneira nefasta na administração pública. Desde a eleição presidencial de 1989 são vastos os exemplos de corrupção gestados no financiamento privado da atividade política. Não há instância de poder (municípios, estados ou União) que não tenha sido afetada por essa distorção estrutural.

Em paralelo à corrupção, o financiamento empresarial subverte o princípio fundamental da democracia eleitoral, a igualdade entre cada cidadão, independentemente de seu poder de influência. Um cidadão, um voto: distorcer esse preceito republicano é subverter a democracia. Uma reforma de fato deve começar proibindo que a política seja financiada e determinada pelo poder econômico