Retrospectiva

Desastres naturais, Guerra na Ucrânia e o assassinato dos ambientalistas na Amazônia; relembre as maiores tragédias de 2022

2022 é o ano em que o mundo conseguiu diminuir os números da pandemia, influenciados diretamente pelo aumento da vacinação para todas as faixas etárias. Mas infelizmente tivemos grandes tristezas e tragédias que abalaram o mundo. Guerras, desastres e crimes macabros que deixaram marcas irreversíveis no ano que passou.

Arte: Marcelo Jr

2022 é o ano em que o mundo conseguiu diminuir os números da pandemia, influenciados diretamente pelo aumento da vacinação para todas as faixas etárias.

Mas infelizmente tivemos grandes tristezas e tragédias que abalaram o mundo. Guerras, desastres e crimes macabros que deixaram marcas irreversíveis no ano que passou.

Nessa matéria nós iremos elencar essas tragédias e o impacto que causaram ao redor do globo.

Foto: Wolfgang Schwan/ANADOLU AGENCY/AFP

GUERRA NA UCRÂNIA

A guerra de Vladimir Putin contra a Ucrânia completa dez meses sem perspectiva de chegar ao fim. Ao contrário. Os sinais são de que a Rússia prepara uma grande ofensiva. As Forças Armadas russas estão treinando 200 mil novos recrutas, reagrupando os veteranos e fabricando peças de artilharia e munição, até mesmo em fábricas civis convertidas para uso militar.

Putin invadiu a Ucrânia com o pretexto de combater supostos nazistas poderosos que estariam infiltrados na política ucraniana. Mas essa narrativa nunca foi aceita pela comunidade internacional que sabia a real intenção do Presidente de anexar a região da Crimeia ao território russo.

Após várias ameaças de invasão, Putin cumpriu a palavra e questionando a intenção da Ucrânia de participar da OTAN, entrou no pais vizinho no dia 24 de fevereiro. Logo após a invasão, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, decretou Lei Marcial, e homens entre 18 e 60 anos estavam proibidos de deixar o país. Situação que separou família ucranianas que tentavam fugir para países vizinhos, como a Polônia.

Além dos militares, civis ucranianos começaram a se alistar no Exército para enfrentar os russos. Com pouca ou nenhuma experiência, homens e mulheres se apresentaram para receber equipamentos militares e se dirigir às zonas de conflito.

A Rússia começou a atacar as infraestruturas ucranianas principalmente na área de energia e alimentação e mesmo sofrendo diversas sanções econômicas Putin não recuou e dizimou milhares de famílias por todo o território ucraniano. Mesmo com a população sendo perseguida e sem o mesmo poderio bélico, a Ucrânia lutou bravamente contra o exército russo, elevando o nome do Presidente Zelenski como alguém que não largou seu povo em um momento tão difícil e desafiador.

Apesar da projeção que ao longo do próximo ano os dois países possam buscar um acordo de paz, não há uma previsão de quando a guerra deve ter uma conclusão. O secretário-geral da ONU, António Guterres, reconheceu, neste mês de dezembro, que não está otimista sobre as possibilidade de que Ucrânia e Rússia mantenham negociações de paz em um futuro próximo.

Foto: Reprodução

EXECUÇÕES NA AMAZÔNIA

Durante o Governo Bolsonaro o incentivo para madeireiras e pecuaristas na Amazônia foi claro. O ex-Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles disse que se deveria aproveitar as pessoas em casa na pandemia, para ‘passar a boiada’ e invadir terras indígenas.

O desmatamento e a perseguição contra ambientalistas e funcionários do Incra foi implacável, manchando a imagem do país perante o exterior na questão do meio ambiente.

No dia 5 de junho, o indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips desapareceram durante incursões na cidade de Atalaia do Norte, onde entrevistariam indígenas e ribeirinhos para a confecção de um livro sobre o povo amazônico. Após 10 dias de buscas, um dos suspeitos presos pela Polícia Federal confessou o envolvimento nos assassinatos e indicou a localização dos corpos. Os restos mortais encontrados foram levados a Brasília, periciados e confirmados como pertencentes a Bruno Pereira e Dom Phillips.

O crime gerou rápida repercussão na imprensa internacional que criticou a maneira como o Governo brasileiro manejou a situação. O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, minimizou o desaparecimento e culpou as vítimas. Para ele, ambos eram “imprudentes” e suas profissões uma “aventura”.

A polícia apontou como principal hipótese a pesca ilegal em terras protegidas, atividade que Pereira combatia e denunciou três pessoas por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Foto: BombeirosRJ/Twitter/Divulgação

DESASTRES NATURAIS

Fevereiro de 2022 marcou a cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro pela maior tragédia climática já registrada na história da cidade. O temporal da tarde do dia 15, uma terça-feira, deixou um rastro de caos, destruição, mortes e tristeza. Ruas se transformaram em rios, carros foram arrastados, a intensidade das chuvas fez com que encostas descessem junto com a violenta correnteza e vários deslizamentos de terra foram registrados em vários pontos da cidade. No total, 234 vidas foram perdidas.

Outra tragédia climática ocorreu no estado de Pernambuco. Fortes chuvas deixaram 132 pessoas mortas no mês de junho. Os corpos foram encontrados na capital, em Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Camaragibe, Limoeiro, Bom Conselho, Paulista, Jaqueira e Iati. A maioria das mortes ocorreu por causa de deslizamentos de barreiras, que soterraram dezenas de pessoas. Houve, também, pessoas afogadas e outros casos relacionados a inundações. Somente na capital, foram 50 óbitos.

Foto: Reprodução

QUEDA DO PAREDÃO

O início do ano de 2022 foi marcado por uma tragédia em Capitólio, Minas Gerais. Em janeiro, o desabamento de um paredão no Lago de Furnas matou 10 pessoas.

Imagens registradas por testemunhas exibiram o desastre ocorrido naquele dia 8. Um bloco rochoso se desprendeu de um dos cânions da região e atinge quatro embarcações com turistas. Todas as vítimas fatais, porém, estavam no mesmo barco.

Após o episódio, descobriu-se que a Defesa Civil de Minas Gerais havia emitido um alerta duas horas antes do acidente sobre as chuvas intensas e a possibilidade de cabeças d’água na região.

Apesar dos apontamentos, a Polícia Civil concluiu sua investigação apontando que não houve culpado pela tragédia. Segundo a corporação, tratou-se de um “evento natural”.

O inquérito apontou que não ocorreu nenhuma ação humana específica que tenha provocado a queda do paredão. Por isso, a recomendação foi de arquivamento do caso.

Foto: Reprodução

ATIRADOR NO ESPÍRITO SANTO

Um adolescente de 16 anos invadiu duas escolas no Espírito Santo e matou quatro pessoas. O jovem utilizou uma pistola .40, e usou o carro do pai que é policial para chegar e sair dos locais, sempre com a placa tampada.

O atentado foi planejado por, pelo menos, dois anos. O delegado-geral da Polícia Civil do Espírito Santo, Darey Arruda, afirmou que o suspeito não tinha alvo definido e que atirou a esmo nas escolas.

O atirador foi apreendido e irá responder pelos homicídios em uma instituição para menores infratores.

Foto: Arquivo pessoal

ASSASSINATO BOLSONARISTA

O Guarda Municipal Marcelo Aloizio de Arruda era tesoureiro do PT e foi assassinado em sua festa de aniversário no estado do Paraná, no mês de julho. O tema da festa era o Presidente Lula, o que desagradou o bolsonarista Jorge Jose da Rocha Guaranho que não conhecia a vítima.

Segundo relatos de testemunhas e registro de câmera de segurança, Guaranho apareceu no local da festa pela primeira vez por volta das 23 horas. Ele estava de carro, acompanhado de uma mulher e um bebê.

O policial penal, então, de dentro do veículo, teria apontado sua arma para fora enquanto gritava palavras de apoio a Bolsonaro e ameaçava o aniversariante e seus convidados.

A mulher que acompanhava Guaranho, segundo relatos, teria pedido para ele parar e ir embora. Depois disso, o atirador chegou a dizer que voltaria e mataria “todos vocês, seus desgraçados”. Cerca de quinze minutos depois, Guaranho retornou ao local, sozinho, e deu início aos disparos ainda do lado de seu carro.

Marcelo ainda atingiu o bolsonarista, mas acabou morrendo na frente da mulher, dos amigos e dos filhos. O crime teve grande repercussão entre os candidatos a Presidente que repudiaram a violência praticada pelo bolsonarista.
 

 

Fonte: Vitor Azevêdo
Créditos: Polêmica Paraíba