Defesa de diretores da OAS contesta gravações telefônicas da Lava Jato - Polêmica Paraíba

Polêmicas

Defesa de diretores da OAS contesta gravações telefônicas da Lava Jato

Segundo os advogados há incongruência na produção das provas da PF

Defesa de diretores da OAS contesta gravações telefônicas da Lava Jato

petrobras

A defesa de seis réus da Operação Lava Jato, ligados à empreiteira OAS, entrou com uma petição na Justiça Federal do Paraná, nesta terça-feira (6), contestando as gravações de conversas telefônicas e por mensagens de texto obtidas pela Polícia Federal durante a investigação do caso. Para os advogados, não está clara nos autos do processo a forma como as gravações foram obtidas.

Segundo a defesa, há uma série de incongruências na forma como o material foi apresentado à Justiça. Isso, alegam os advogados, dificulta o trabalho deles para efetuar perícias particulares nas provas produzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF).

Entre os pontos citados pelos advogados está a ausência dos formulários enviados à empresa Research in Motion, dona da marca de smartphones Blackberry, com os quais boa parte dos acusados trocavam mensagens de texto por um serviço exclusivo da companhia. A defesa quer saber quem enviou as ordens, com o objetivo de identificar quais pessoas tiveram acesso às quebras de sigilo telefônico dos acusados.

Os advogados também pedem à Justiça que as operadoras de telefonia que liberaram o acesso ao sigilo telefônico dos presos informem quais policiais abriram os registros e ainda se eles respeitaram os limites das ordens judiciais que autorizaram as quebras.

A defesa alega também que há possibilidade de os policiais terem demorado mais do que o necessário para a obtenção de provas que envolvem o nome do deputado Luis Argôlo, com o objetivo de não prejudicar a jurisdição da Justiça Federal do Paraná, que está julgando o caso. Por ser parlamentar, o deputado possui prerrogativa de foro e só pode ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Da mesma forma, processos que o citem devem ser encaminhados para a Suprema Corte, tal como ocorreu com os acordos de delação premiada do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

Os questionamentos da defesa ainda devem ser analisados pela Justiça Federal. As primeiras audiências relativas à sétima fase da Operação Lava Jato estão marcadas para o mês de fevereiro.

Entenda a Lava Jato
A Operação Lava Jato começou apurando um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. A investigação acabou resultando na descoberta de um grande esquema de desvio de recursos da Petrobras, segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.

Na primeira fase da operação, deflagrada em março deste ano, foram presos, entre outras pessoas, o doleiro Alberto Youssef, apontado como chefe do esquema, e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

A sétima fase da operação policial, em novembro, teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras em um valor total de R$ 59 bilhões.

Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal. Ao todo, foram expedidos na sétima etapa da operação 85 mandados em municípios do Paraná, de Minas Gerais, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Pernambuco e do Distrito Federal.

G1