Culpado por derrota de Cássio, Romero caça bruxas e deve degolar Márcio Caniello

Passada a refrega das urnas, e mesmo antes do dia das bruxas (hallowen), a caça a elas já começou para valer em Campina Grande, onde se buscam culpados para a derrota de Cássio Cunha Lima (PSDB). O “Cristo” da vez chama-se Romero Rodrigues, prefeito-primo do senador que não teria usado da sua autoridade para forçar a que os auxiliares se dedicassem com todo afinco à campanha tucana na cidade.

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(De A palavra online ) Passada a refrega das urnas, e mesmo antes do dia das bruxas (hallowen), a caça a elas já começou para valer em Campina Grande, onde se buscam culpados para a derrota de Cássio Cunha Lima (PSDB).

O “Cristo” da vez chama-se Romero Rodrigues, prefeito-primo do senador que não teria usado da sua autoridade para forçar a que os auxiliares se dedicassem com todo afinco à campanha tucana na cidade.

Nas ruas, mesmo entre os partidários do prefeito, culpa-se ele pela queda de votos do tucano no segundo turno no Município e consequente elevação dos sufrágios dados ao socialista Ricardo Coutinho (PSB).  Até mesmo a votação de Aécio Neves, que ganhou de Dilma com 58,02% a 41,98%, foi dada como pífia em relação aos votos do último pleito presidencial, quando José Serra teve votação bem maior.

Funcionários da secretaria de Planejamento de Campina Grande, por exemplo, informam que a Pasta funcionou como uma espécie de ‘ilha’ e, mesmo dentro de uma prefeitura administrada pelo PSDB que tinha candidatos a governador e a Presidente, teria imperado o domínio do PT de Dilma Rousseff e do PSB de Ricardo Coutinho.

O Secretário, Márcio Caniello, é do PT e trabalhou a campanha toda pela candidata do seu partido, inclusive usando a estrutura da máquina pública sob seu comando e isso sem que o prefeito, sabedor da situação, movesse uma palha sequer para demovê-lo da investida.

Uma servidora que por questões óbvias pediu sigilo do seu nome, comentou: “Parece piada, mas lá na Seplan nós mesmo estando em um governo do PSDB somos constrangidos a não declarar voto em Cássio e Aécio”.

Funcionários ligados ao esquema cassista lotados na Seplan revoltaram-se e até ensaiaram o envio de uma carta a Romero e ao vice Ronaldinho, mas desistiram com medo de eventuais retaliações.

Outros relatos importantes dão conta do expressivo número de petistas contratados para a secretaria, que teria passado a ser um cabide de empregos do PT e que viraram cabos eleitorais de Dilma e Coutinho no segundo turno.

Uma prova seria o fácil trânsito na repartição da ex-presidente municipal do PT em Campina Grande, Socorro Ramalho, para alguns uma das “inimigas” do Governo municipal. Ela teria conseguido nomear o filho Raul, que é jornalista e hoje o mesmo acumula um cargo no Governo do Estado, mais precisamente no jornal ‘A União’, onde assina coluna.

Outra prova do prestigio de Socorro Ramalho junto ao núcleo petista infiltrado no Governo Romero teria sido a escolha da mulher de Raul Ramalho, que é repórter de TV, como garota-propaganda das ações institucionais de publicidade da PMCG.

Consta que no dia da passeata em favor de Dilma na última semana do pleito servidores da Seplan foram liberados e ‘convidados’ a participar do evento em pleno horário de expediente.

Romero e Ronaldinho se licenciaram dos seus cargos dez dias antes da eleição, depois de uma ácida conversa que Cássio teve com  os dois, exatamente cobrando deles empenho e dedicação ao trabalho de busca de votos.

Vê-se agora, apuradas as urnas, que o ”puxão de orelhas” foi realmente tardio e especula-se que a operação “caça às bruxas” alcançará na ponta da linha exatamente a cabeça de Márcio Caniello, um dos primeiros graduados a ser desalojado da equipe de auxiliares de Romero Rodrigues por imposição do senador derrotado.