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Crise do PSL extrapola partido e atinge articulação de Bolsonaro no Congresso

Após derrotas na sigla, presidente terá que retomar conversas políticas a cargo de novo articulador

 

Na Câmara e no Senado, porém, a avaliação é a de que o racha entre Bolsonaro e o presidente nacional do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), tem potencial para respingar na agenda do governo no Legislativo.

Para líderes partidários, ainda não é possível dimensionar o tamanho do impacto na interlocução do Palácio do Planalto com o Congresso, mas o sentimento geral é de que, com a nova mudança nos quadros da articulação política, o governo terá de reconstruir o diálogo com deputados e senadores.

Nesta quinta, Bolsonaro decidiu tirar Joice da liderança do governo no Congresso após ter sofrido dois importantes reveses.

A Secretaria-Geral da Mesa da Câmara confirmou a permanência do Delegado Waldir na liderança do PSL na Casa, embora o presidente tenha atuado pessoalmente para colocar seu filho Eduardo Bolsonaro (SP) no posto.

A manobra do presidente teve como pano de fundo não só o racha interno no PSL, mas as indicações do Senado de que, hoje, Eduardo dificilmente teria seu nome aprovado para ser embaixador do Brasil em Washington.

Alçar o filho à liderança do PSL na Câmara seria um movimento para evitar mais uma derrota pessoal de Bolsonaro. No fim do dia, o Planalto suspendeu a indicação de Eduardo ao posto.

Além disso, Eduardo também perderá o comando do PSL em São Paulo. Bivar decidiu destituir ele e o senador Flávio Bolsonaro de seus postos na sigla —o filho mais velho do presidente deve perder a chefia do PSL no Rio.

Outra aliada de Bolsonaro, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) também será removida da presidência do partido no Distrito Federal.

O substituto de Joice na liderança do governo no Congresso será o senador Eduardo Gomes (MDB-TO), que, embora seja considerado habilidoso politicamente, assumirá a função com a casa desarrumada, avaliam os líderes partidários. Ele foi deputado por três mandatos consecutivos e passou por partidos como PSDB, PSB e Solidariedade.

Deputados e senadores lembram que ainda não enxergam no general Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, o papel de intermediário entre as demandas dos congressistas e o Planalto.

Nesse cenário, dizem, a chegada de um novo articulador pode fazer com que as conversas políticas voltem à estaca zero.

Deputada de primeiro mandato, Joice foi alçada à liderança do governo com o aval do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em meio a um clima de desconfiança. Em pouco tempo, no entanto, conquistou os pares no Congresso.

Fonte: UOL
Créditos: UOL