Resultados de estudo sugeriram que a tendência à promiscuidade ou não, tanto masculina quanto feminina, significa, na verdade, uma estratégia comportamental sutil (Reprodução/Claudio Munoz)
Promiscuidade e fidelidade são adaptações biológicas específicas, diz estudo
Suas manifestações em homens e mulheres não são tão diferentes como se poderia pensar e são variáveis de acordo com situações e contextos distintos
O conhecimento adquirido e a teoria biológica consideram que os homens são mais promíscuos (ou, pelo menos deveriam ser) do que as mulheres. Porém, isso não impede que muitos homens sejam maridos fiéis e felizes.
Mas para Rafael Wlodarski da Universidade de Oxford esse pressuposto é mais complexo. No estudo publicado há pouco tempo em Biology Letters, Wlodarski e seus colegas disseram que em vez de homens promíscuos, fiéis e seus equivalentes femininos serem os extremos de uma distribuição contínua, esses papéis têm variáveis de acordo com situações e contextos distintos.
Esses testes confirmaram a premissa que os homens eram mais predispostos à promiscuidade do que as mulheres, uma conclusão que Wlodarski já sabia. Na verdade, sua intenção foi a de definir a existência de diferentes estratégias sexuais em ambos os sexos. Ao fazer esse estudo a partir de amostras disponíveis relativamente pequenas, foi preciso analisá-las por meio de dois testes estatísticos para verificar se eram originárias de uma distribuição bimodal, ou de uma distribuição normal. Para ambos os sexos, no caso do resultado socio-sexual, a distribuição era bimodal. Esse padrão repetiu-se quando uma amostra de um participante americano e de um inglês foi analisada separadamente.
Esses resultados sugeriram que a tendência à promiscuidade ou não, tanto masculina quanto feminina, significa, na verdade, uma estratégia comportamental sutil, resultante talvez de diferenças genéticas, em vez de serem extremos de uma série contínua, a exemplo de pessoas altas e baixas. Embora haja uma superposição entre as duas estratégias, elas são, caso o estudo de Wlodarski e seus colegas esteja correto, o que biólogos chamam de fenótipos. Ou seja, uma manifestação visível ou detectável da composição genética, que influencia a adaptação do ser humano ao longo de gerações.