Novo round
Heron Cid
(Do Correio da Paraíba) – Vai demorar pelo menos mais quatro anos para o governador Ricardo Coutinho e o senador Cássio Cunha Lima voltarem ao confronto direto nas urnas.
Se hoje é Cássio quem almoça com um grupo de deputados da oposição para, entre outros assuntos, discutir estratégias da disputa pela Presidência do Legislativo, no sábado foi a vez de Ricardo jantar com o deputado Adriano Galdino para manter acesa a chama do bloco que apóia a postulação socialista ao topo do citado Poder.
No caso de Coutinho, a simples presença dele ao ato já denota o mergulho do governo na ‘causa’. Pouco afeito a concessões e muito menos afagos tradicionais, a ida ao jantar para dividir à mesa até com recentes adversários é uma demonstração de disposição de Ricardo a ganhar a parada.
Para Cássio, a permanência de um deputado ligado à oposição no comando da Casa também é uma questão de sobrevivência. Foi Ricardo Marcelo o responsável por limitar o poder de fogo governamental. Não fosse sua linha, a oposição não teria encontrado onde conseguir um copo d’água nos últimos quatro anos.
Mas a eleição iminente vai além da queda de braço política. A Assembleia é estratégica. Montada num orçamento anual previsto de R$ 240 milhões, por ela passam as grandes decisões do Estado. Com a maioria, Governo surfa político-administrativamente sem tempestades. Sem força no Parlamento, toda oposição tende a minguar e morrer de inanição.