Polêmicas

Cássio e Ricardo não são de recuar e agora estão numa espécie de voo cego. Está valendo tudo.

Honestidade em xeque

Por Laerte Cerqueira

Do Jornal da Paraíba

A menos de 10 dias da eleição, os candidatos que polarizam a disputa, Cássio Cunha Lima (PSDB) e Ricardo Coutinho (PSB), chegam à terceira fase da luta por corações e mentes. No centro das atenções, a honestidade. Há uns dois meses, Cássio começou com o discurso de que Ricardo era intolerante, ditador, perseguidor e que era a chave para reconciliar o governo com a sociedade. As palavras perderam força e a nova etapa se estabeleceu. Ela se configurou na tentativa de acabar com essa história de que Ricardo era um bom gestor. Para exemplificar, provocou divergências sobre o número de leitos construídos, confusão nas contas da quilometragem das estradas e, ainda, colocou em xeque a qualidade das obras entregues, como o Almeidão e o hospital de Mamanguape.

Há alguns dias, para tentar interromper o crescimento de RC e a aproximação dele nas consultas de intenções de voto, Cássio resolveu atingir Ricardo atirando em um dos seus “trunfos”, o de que seria um gestor honesto e republicano. A equipe de campanha do tucano alimentou o guia eleitoral com as denúncias de irregularidades no contrato de terceirização da Cruz Vermelha, denunciou a suposta compra superfaturada do helicóptero da segurança pública; e para completar, RC vê de perto os nomes de auxiliares de confiança de seu governo envolvidos em um suposto esquema de repasse de dinheiro “fantasma”.

Ricardo, que começou bem atrás nas pesquisas, confiou que bastava fazer uma ligação entre a seriedade dele e a capacidade de gestão e, ainda, reforçar a pecha de ficha suja, em Cássio. O discurso também perdeu a validade com a ofensiva de CCL. Depois adotou o discurso da comparação de obras entre a gestão dele e do tucano. Cássio não recuou e encontrou uma forma de enfraquecer o discurso de Coutinho. E, como numa aposta, o socialista ascendeu o interruptor numa sala cheia de gás de cozinha, ao falar do supersalário de Cássio. Daí, resgatar o caso dos envelopes amarelos e do dinheiro que voava pela janela do edifício Concorde, foi fácil. Pelo visto, as chamas desse incêndio só estão começando esquentar. Cássio e RC não são de recuar e agora estão numa espécie de voo cego. Está valendo tudo.

Agressividade 
Segundo o ibope, mais de 70% dos eleitores condenam a agressividade e as acusações excessivas nas campanhas. Mas pelo que estamos vendo, esse dado não tem importado muito.

Tom
O tom duro deve continuar nas disputas locais e nacionais. No caso da batalha pela presidência, Dilma (PT) vai tentar descontruir a imagem de Marina (PSB). A linha é reforçar a sua suposta incapacidade de comandar.

Corrupção
A candidata socialista vai manter firme o discurso de que Dilma é conivente com os casos de corrupção no governo e que “brincou” com a economia do país.

Ventre
Já Aécio (PSDB) deve manter o arsenal nas duas, reforçando a tese de que nasceram do mesmo “ventre político”.

Fogo
A menos de10 dias da eleição, o candidato ao Senado pelo PT, Lucélio Cartaxo, subiu o tom do discurso. Em Campina, onde precisa ganhar força, abriu fogo contra seus adversários.

Cartada
Acusou Maranhão (PMDB) e Wilson (PTB) de terem, no passado, perseguido Campina. É bom lembrar que Maranhão conseguiu o apoio de 11 vereadores da cidade. Alguém dúvida que seja mais uma reação à cartada do ex-governador?

Alvoroço
Nos bastidores, ventila que está sendo montada uma manobra na disputa ao Senado que pode causar um alvoroço na campanha eleitoral. Os personagens desse “rebuliço” seriam Lucélio Cartaxo (PT) e Wilson Santiago (PTB). Será que teremos mudanças à vista?

Alvo direto
Lucélio está apostando no discurso de que Maranhão não tem mais o que fazer no Senado. O peemedebista é alvo direto de todas as inserções comerciais na Tv.

Radical
Antônio Radical foi participou, ontem, da rodada de entrevistas com os candidatos ao governo da Paraíba na radio CBN. Radical reforçou que é a alternativa para a classe trabalhadora e a juventude.

Tremedeira
A defesa do doleiro Alberto Youssef desistiu de todos os recursos no STJ para anular a Operação Lava Jato, da Polícia Federal. O acordo de delação premiada tem provocado tremedeira em alguns parlamentares.