Brasil — O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta terça-feira (10) que caberá ao Plenário decidir sobre a cassação do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP), condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração marca uma mudança em relação à fala passada, quando Motta havia descartado a necessidade de votação, defendendo apenas o cumprimento automático da decisão judicial.
A condenação ocorreu após ela e o hacker Walter Delgatti Neto invadirem o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para inserir um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Os recursos dos dois foram rejeitados na sexta-feira (6) pela 1ª Turma do STF, que determinou a prisão imediata. Zambelli, que está na Itália, é alvo de pedido de extradição.
Motta corrigiu uma fala anterior e disse que cabe ao Plenário decidir o futuro da deputada.
“O Plenário é soberano e está acima de cada um de nós”, declarou.
Ele também esclareceu que só foi notificado do bloqueio da remuneração de Zambelli, não da ordem de prisão.
O deputado André Fernandes (PL-CE), vice-líder da oposição, questionou Motta sobre o tema. Já o líder do PT, Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou que Zambelli “fugiu” para evitar a prisão e defendeu Motta, dizendo que não é justo pressioná-lo.
A próxima etapa será a votação no Plenário da Câmara, que decidirá se confirma ou não a perda do mandato. Ainda não há data definida para essa votação.