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Brasil insiste em negociação com EUA, mas admite risco de tarifas entrarem em vigor

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continuará tentando negociar com os Estados Unidos para evitar a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, mas não descarta que o prazo de 1º de agosto chegue sem resposta oficial do governo norte-americano. A declaração foi feita nesta segunda-feira (21) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista à rádio CBN.

Haddad afirmou que o Brasil já realizou mais de dez reuniões com representantes dos EUA este ano e que, antes do anúncio feito pelo presidente Donald Trump, os americanos mostravam disposição ao diálogo. Mesmo assim, o ministro disse que o país tem uma estratégia alternativa para lidar com possíveis sanções e pode acionar instrumentos de apoio aos setores econômicos afetados. Por outro lado, descartou qualquer retaliação direta a empresas ou cidadãos norte-americanos, afirmando que o Brasil não adotará uma postura de “pagar na mesma moeda”.

O ministro citou ainda que os EUA têm aplicado sanções severas até mesmo contra aliados tradicionais, como o Canadá. Na semana passada, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, também cobrou publicamente uma resposta dos EUA à carta enviada pelo governo brasileiro ao Escritório de Representação Comercial dos EUA (USTR).

No documento, o Brasil expressa “indignação” com a medida anunciada em 9 de julho, que determina a entrada em vigor das novas tarifas a partir de 1º de agosto. O texto alerta para os riscos ao comércio bilateral e pede que o governo norte-americano reconsidere a decisão. O Brasil aguarda resposta.