Marcos Tavares
Lutaram tanto para trazer a presidente Dilma Rousseff para a Paraíba, mas a conquista terminou sendo de um pernambucano. Quem trouxe Dilma às terras Tabajaras foi o medo de Eduardo Campos e seu crescimento na mídia nacional, o mesmo medo que levou Lula à Fortaleza para tratar com os irmãos Gomes sobre a sucessão. Dilma, a rigor, não tinha nada a dar à Paraíba que justificasse essa viagem. Umas poucas unidades do Projeto Nossa Casa Nossa Vida e alguns quilômetros de adutoras não moveriam a Presidente do seu doce exílio em Brasília, longe da problemática política do Estado e de suas misérias.
A realidade é que o Nordeste, ele e sua pobreza, é um grande eleitor do PT. Enquanto vigorarem as bolsas e outras parafernálias de engodo social, o nordestino continuará cravando seu voto no PT, e Dilma sentiu que não poderia deixar o nome de Eduardo Campos crescer, principalmente durante uma seca catastrófica, e quando a principal obra federal, a transposição do São Francisco, está paralisada ou em ritmo de tartaruga. Era preciso, pois, que a Presidente mostrasse seu desvelo e empenho por uma região que só conta na hora da eleição, mas que econômica e politicamente é um zero à esquerda.
A visita de Dilma muda pouco. Não será pela sua viagem que a seca deixará de ser mais severa nem que virão recursos com mais presteza e sabedoria para enfrentá-la. Não será a visita de Dilma que vai recuperar o atraso das obras do São Francisco, cada vez mais distantes, e muito menos essa visita trará à Paraíba vantagens mensuráveis em números e ações. Dilma veio, recebeu todos os salamaleques devidos ao seu cargo, e voltou. Não como César, pois nem ela viu nem venceu. Seu programa foi todo traçado para retirá-la da área da miséria e da fome que ela anuncia ter acabado ou pretende acabar com injeções no seu programa de bolsas.
Tamanho
A crise no Hospital Arlinda Marques, revelada à sociedade pelo CRM, mostra mais que uma crise de gestão ou de competência. O que acontece com o ‘Arlinda’ é o mesmo que acontece com o Trauma. Como não existem hospitais na grande João Pessoa, todos os municípios circunvizinhos despejam aqui seus pacientes e nenhuma das duas unidades suporta isso. Mais do que aumentar e melhorar a capacidade de atendimento no Arlinda, o Governo precisa chamar a atenção dos prefeitos dos municípios vizinhos para que criem sua estrutura independente da capital. Sem isso, nosso problema de superlotação nos hospitais nunca terá uma solução definitiva.
De amores
Ficou claro que Cartaxo é o mais querido da presidente Dilma, não só por ser da mesma legenda, o PT, como por ser bem mais maleável que o governador Ricardo Coutinho – cuja legenda tem tudo para estar na contramão da candidatura Dilma.
Por isso, Cartaxo foi tratado com todos os mimos, inclusive o de viajar na comitiva presidencial, enquanto Ricardo foi tratado como manda o cerimonial, sem mais nem menos.
Dificilmente Ricardo e Dilma aumentarão suas afinidades, pois ambos são dominadores e geniosos, o que em política não é uma qualidade elogiável.
ASFALTANDO
Como não tem nada de tolo, o ministro Agnaldo Ribeiro conseguiu aproveitar tudo o que a visita de Dilma poderia render. São capitais que ele acumula para uma possível e maior aventura política.
Reunião
Em vez de mostrar caveiras de boi e reclamar da seca, Efraim Filho preferiu uma conversa com a presidente. Dessa conversa, com certeza nada sairá de positivo para o combate à seca. Mas pode sair algo positivo para Efraim.
Como sempre, o DEM prefere o caminho do acordo.
Barrados
Muita gente barrada no baile presidencial, alguns por equívocos do cerimonial, outros por que não deveriam estar ali mesmo.
Os ressentimentos ficam, e a foto com Dilma fica para outra vez.
Macabro
Começou ontem, em Contagem (MG), o julgamento do goleiro Bruno; com um enredo ideal para quem aprecia sangue.
O julgamento tem tudo para bombar na web e na TV.
Chegança
Dirceu, segundo as informações, chega hoje.
Sem poder e ameaçado de cadeia, só deve ser paparicado pelo “crème de la crème “ do PT paraibano, aquela que acha que ele foi injustiçado.
Candidato
Não sei se procede, mas o boato é que um conhecido político paraibano, de idade provecta, seria candidato a Papa.
E já teria iniciado a campanha.
Frases…
Infernal – Se você teve uma vida infernal, o inferno não será novidade.
Memória – Você pode até esquecer quem lhe ajudou, mas quem lhe negou ajuda, nunca!
Subversão – Numa terra de cegos, quem tem um olho é subversivo.