A POLARIZAÇÃO PT X PSDB NÃO SÓ CONTINUA COMO VAI SE RADICALIZAR - POR JALDES MENESES

Comecei a escrever depois das eleições um paper de balanço dos resultados que se ampliou e se transformou no que deve ser um livro de análise de conjuntura do Brasil contemporâneo, provisoriamente intitulado "Entre junho e outubro - 471 dias que abalaram o Brasil". A ideia central é, com base na periodização dos acontecimentos de rua do ano passado (junho) até as eleições de outubro deste ano, demonstrar que formam um mesmo nó, um mesmo processo

pt x psdb
Comecei a escrever depois das eleições um paper de balanço dos resultados que se ampliou e se transformou no que deve ser um livro de análise de conjuntura do Brasil contemporâneo, provisoriamente intitulado “Entre junho e outubro – 471 dias que abalaram o Brasil”. A ideia central é, com base na periodização dos acontecimentos de rua do ano passado (junho) até as eleições de outubro deste ano, demonstrar que formam um mesmo nó, um mesmo processo. Várias ideias estão em teste, principalmente uma crítica do conceito de ideologia como inescapável a todos os sujeitos políticos, de direita e de esquerda. A radicalização verbal que assistimos de parte a parte, como não poderia deixar de ser, é ideologia pura. Neste aspecto, é curiosa e contraditória a situação política do Brasil, embora a tendência da luta ideológica seja deslizar para os extremos, o resultado eleitoral, em si, mais expressa um conteúdo puro de classe – ricos e pobres – que propriamente um disputa entre os clássicos espectros de esquerda e direita. Como já dizia Tom Jobim, explicar o Brasil realmente é para profissionais. Traduzir o conflito distributivo de classe desatado nos tempos de governo Lula e Dilma é examente um desafios mais instigantes dos personagens políticos dos anos vindouros.
Escrever sobre a rica processualidade Junho2013-Outubro 2014 tem me obrigado a mergulhar na já mastodôntica literatura social produzida no período, reunindo o melhor e o pior das ciências sociais. Muitas são as intuições geniais, muitas são as ideias espatafúrdias. Uma dessas ideias idiotas, que já li tanto em publicistas de centro como de esquerda, críticos ao PSDB ou ao PT, reside no hipotético afrouxamento da polarização dos dois partidos protagonistas. Alguns publicistas, não se sabe de onde, vislumbram até a iminência de surgir uma “terceira via”. Para mim, depois da morte trágica de Eduardo Campos e do malogro vexaminoso da candidatura de Marina Silva, as chances de “terceira via” foram sepultadas por um bom tempo. Minha opinião a respeito é simetricamente inversa. Ao contrário, a polarização histórica PTXPSDB não apenas se manterá nos próximos ano, com se radicalizará de vez, e com ela, a luta política brasileia entrerá numa daquelas épocas políticas decisivas de”a onça realmente beber a água”