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Marcos Tavares

Em momento algum desconfio das boas intenções do vereador Felipe Leitão ao levar a plenário e ver aprovada a Lei do Lixo, que institui multas para quem sujar a cidade. O que me deixa encafifado é a total impossibilidade de se fazer cumprir essa norma legal. Só vejo um jeito. Escalar um agente para acompanhar nas ruas, no carro e na praia cada cidadão de João Pessoa munido do competente talão para lavrar a multa imediatamente após o delito. Fora disso não vejo como praticar essa lei.

Segundo o projeto, a prefeitura ficaria encarregada da fiscalização, com a Semob à frente. Ora, se a prefeitura não fiscaliza nem o óbvio – como construções ilegais, invasões de terrenos públicos e ambulantes tomando as ruas da cidade – como esperar que ela fiscalize um dejeto jogado de um carro em alta velocidade. E tem mais. O projeto detalha o tamanho do lixo e a respectiva punição, o que obrigaria o guarda a ser um perito em medida para identificar qual o volume de material jogado nas ruas.

As leis devem ser feitas pensando no bem coletivo, mas igualmente na sua aplicabilidade e viabilidade. Promulgar uma lei limitando a quantidade de oxigênio que cada um deve respirar, por exemplo, é inócuo. Como acredito que será inócua essa nova legislação sobre o lixo nas ruas, uma prática condenável, mas arraigada à nossa cultura. Se não cumprem a Lei das Filas, se não se consegue coletivos em boas condições e não se faz funcionar a saúde, coisas bem mais óbvias, dificilmente irão multar quem joga lixo nas ruas.

Na Bolsa

O país assistiu estarrecido o quanto sua população pobre depende hoje da Bolsa do Governo e o quanto essa esmola é vital para sua sobrevivência. Um boato infundado fez lotar as agências da Caixa Econômica de todo o Nordeste, justamente onde a miséria é maior.

Houve tumulto, gente pisoteada, desmaios, tudo ao gosto do populacho, e a polícia teve de intervir para restaurar a ordem.

Imaginem se um dia entra nesse país um presidente com peito e coragem para extinguir esse benefício da bolsa e botar o povo outra vez pra trabalhar. Vai haver uma revolução nas ruas.

Tucanato

Vem dos tucanos a grande bomba política do final de semana que dá conta de que Cássio não estaria inclinado a manter a aliança com os socialistas no próximo pleito.

Cássio continua negando o fato, mas, a fala de Aécio Neves convocando o senador campinense para a batalha colocou mais lenha numa fogueira que arde há muito tempo.

Muitos tucanos sorriram de pura alegria.

Seca

Nossa prefeitura deve agradecer com muito entusiasmo essa seca. Qualquer chuva desmancha a estrutura da cidade e deixa à mostra que trabalhos preventivos para evitar inundação não foram realizados.

Violência

Só para não sairmos da rotina, quatro caixas eletrônicos foram arrombados no final de semana aqui na capital.

Mas as estatísticas continuam dizendo que a violência diminuiu.

Negativa

O prefeito Cartaxo nega qualquer crise na sua equipe.

Dizem que em política a negativa é o primeiro sinal de confirmação.

Presídio

Com tantos doutores detidos, o quartel dos Bombeiros está se tornando um presídio da elite.

Qualquer dia desses tem mais gente lá que o Róger.

Muito barulho

Por pouca coisa. Apenas porque o governo quer restaurar uma obra de Di Cavalcanti, uma das raras no Nordeste, atualmente na Granja Sant’Ana.

Nada mais certo que cuidar do patrimônio cultural do Estado.

Maternal

Talvez induzida pelo exemplo da Rainha da Holanda, Margareth da Inglaterra deve abdicar em favor do filho Charles.

Charles então seria Rei, mas Camila nunca será Rainha.

Frases…

Defesa – Gente se defendendo em plena Defensoria Pública. Que lástima!

Organização – O crime não é assim tão organizado. A segurança é que é desorganizada.

Humanidade – O mal dos Direitos Humanos é que às vezes eles defendem verdadeiros animais.