Polêmicas

A inquietação do PMDB com o Planalto !

Sérgio Botêlho

O PMDB da Câmara dos Deputados está bronqueado com o governo da presidente Dilma Rousseff, que paga para ver os desdobramentos dessa insatisfação. “Eu não pagaria”, diz um preocupado deputado governista do PMDB, para explicar: “a corda pode esticar em demasia, e se romper”.
O fato é que os bombeiros já entraram em cena, buscando esfriar a corda, pois, até onde o bloco (que não é pequeno, e que é liderado pelo deputado federal fluminense Eduardo Cunha) pretende ir, ninguém sabe.
A aposta do Planalto é que há muitos interesses peemedebistas a serem defendidos, no interior do abrigo governista, e que a complexidade e a extensão de tais interesses vão acabar dobrando os líderes da rebelião.
“É certo que esses interesses são, assim mesmo, complexos e extensos”, diz o preocupado governista do PMDB, “o diabo é que, como em tudo e em todos os lugares, o emocional acumulado pode terminar determinando o rumo dos acontecimentos”.
A contribuir com um provável estouro da boiada, a novidade do orçamento impositivo. Até o final do ano, o governo federal está obrigado a liberar as emendas parlamentares. Não há mais necessidade de muito salamaleque para que o parlamentar consiga essa liberação.
Seria de bom alvitre, pondera o nosso amigo parlamentar, que o governo dispense o máximo de atenção aos seus aliados mais expressivos, e preferenciais, segundo pensa o próprio governo. “Ajoelhou, tem que rezar!”, apela o amigo.
O diabo é que as oposições agem, assim como agem as equipes de futebol menos expressivas na luta contra as de maior envergadura, no aguardo dos erros do adversário. No caso, o governo. E das sobras políticas daí decorrentes.
Quanto antes, portanto, for resolvido o imbróglio com o PMDB, mais tranquilidade terá o Planalto em encaminhar os acertos com as demais legendas que formam a base de apoio ao governo, para a consolidação da base partidária que apoiará a candidata Dilma Rousseff, arremata o amigo.
A pinimba, embora preocupante, ainda tem solução fácil, diz ele. Convém agir antes que fique cada vez mais difícil, resume.