Marcos Tavares
A prisão de uma médica, doutora Virgínia Soares, que chefiava uma UTI num grande hospital, desnuda o mundo trágico e dantesco das UTIs brasileiras, onde vidas são sorteados a critério de médicos e administradores. Essa ínclita doutora deixava morrer os pacientes atendidos pelo sistema SUS, liberando, assim, leitos para pacientes conveniados, que rendiam mais para o caixa hospitalar e também para o bolso da doutora. Ela chegou a dizer às enfermeiras que ali “ela era Deus” e decidia quem iria viver e morrer, numa mostra de insensibilidade incabível, em que tem como profissão lidar com a dor e o sofrimento humano.
A UTI sempre foi uma caixa preta que todos temem. Até hoje ainda é discutível sua eficácia médica, quando se imagina que o doente está isolado do seu mundo, dos seus seres queridos e da realidade que o cerca e fica totalmente a mercê de uma equipe de médicos e enfermeiros, entre os quais pode estar uma doutora Virgínia, com toda sua sede de sangue e dinheiro. Paciente de UTI não tem direito a reclamar, aliás, ele nem tem a quem reclamar, normalmente entubado, em coma normal ou induzido, completamente apagado.
Como confiar a vida sua e dos entes queridos a esse tipo de gente? Não existem muitas saídas, pois os casos graves são levados imediatamente à UTI, isso quando o paciente tem a sorte de encontrar um leito disponível. Uma vez na UTI, você fica fora do mundo e seus parentes apenas informados de seu estado ou capazes de rápidas visitas. Deveria haver mais amor e dedicação de quem faz esse tipo de trabalho. É uma vida humana presa apenas por alguns fios, fios esses que pessoas de baixa índole, como a doutora Virgínia, podem cortar.
Meios
Comentaristas políticos sempre disseram que Ricardo teve e tem os meios para aglutinar deputados. Não existem segredos nisso, e foi praticado pela maioria dos governadores. Basta dar ao deputado a parte que lhes cabe desse latifúndio administrativo que eles prontamente deixam a oposição.
O problema é que Ricardo tentou e tenta inaugurar outro estilo de Governo, sem o célebre “é dando que se recebe” e, com isso, vem batendo de frentes com interesses contrariados.
Se Ricardo pretende mudar seu estilo para ter uma vida mais cômoda na AL, é uma pergunta. Uma certeza é que os deputados jamais mudarão o seu.
Bala
A pistolagem volta com sua força mortal, principalmente na região do Catolé do Rocha, uma área sempre famosa pelas suas querelas familiares e violência.
A impunidade e o policiamento ineficaz fazem voltar esse fenômeno da era do cangaço quando pistoleiros recebiam dinheiro para matar desafetos políticos ou pessoais.
O que já fazia parte de nossa história, de repente torna-se uma realidade gritante. E que realidade!
Festança
Passado o Carnaval, a nossa briosa Prefeitura já começa a ensaiar os passos para a Semana Santa.
Depois virá o São João, Festa das Neves e alhures. Um dia chegará o trabalho.
Briga
O PT reabre sua temporada de brigas internas. Aliás, briga no PT é uma constante, mas na época de mudança de comando ela redobra.
Todos brigam com todos por nada. Isso é PT.
Virtualmente
Não sei por que a Prefeitura Municipal insiste em tratar o ‘Jampa Digital’ como uma realidade e inclusive traçar programas envolvendo o serviço.
Ele não existe. Quem duvidar vá à praia e tente uma conexão com o tal ‘Jampa’. Quero meu dinheiro!
Derrotas
Na política, a derrota nem sempre caracteriza o fim ou mesmo diminui a intensidade de um político.
O PMDB hoje, por exemplo, gira em torno de três derrotados: José Maranhão, Veneziano Vital e Wilson Santiago. E eles estão aí, vivos.
Ressaca
Questões mal resolvidas insistem em voltar à tona.
Na Câmara Municipal de Campina Grande, frequentes diálogos ásperos e acusações. Tudo fruto ainda da eleição da mesa.
Infantil
Um garoto mata outro dentro da escola.
Onde está a responsabilidade? Com os mestres, os diretores, a polícia ou a família?
Alguém me responda.
Frases…
Lei de Murphy – Você só encontra uma coisa no último lugar onde a procura.
Lei de Murphy – Nunca tome uma decisão que pode ser tomada por outra pessoa.
Lei de Murphy – O trabalho em equipe é essencial. Permite que você ponha a culpa em outro.