Sérgio Botêlho
Além do deputado federal Damião Feliciano, do PDT paraibano, que assume a presidência da nova Comissão de Esporte, recentemente separada do Turismo, outro paraibano vai presidir importante comissão permanente na Câmara dos Deputados.
Estou falando do jovem deputado federal Hugo Motta, do PMDB, que presidirá, por indicação da liderança do seu partido, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. Por enquanto, é o único deputado federal paraibano na referida comissão.
A CFFC costuma ser um dos ambientes parlamentares propícios à convocação de autoridades diversas, entre as quais se incluem aquelas vinculadas ao governo federal, a fim de prestarem contas sobre, entre outros problemas, denúncias que atingem o governo federal.
Neste ano eleitoral a comissão de Motta terá visibilidade extra, com a presença entre seus membros de um destacado agrupamento de parlamentares oposicionistas que investirão pesado na convocação de autoridades do governo Dilma.
Em artigo nesta segunda-feira, 10, o colunista da Folha, Josias de Souza, põe Hugo Motta como instrumento do PMDB para a execução de “tocaias” que estariam sendo armadas contra o governo de Dilma Rousseff, pelo líder Eduardo Cunha.
O colunista apresenta Hugo Motta como “ligado ao senador Vital do Rêgo (PMDB-PB)”, mas, que “mantém com Eduardo Cunha uma relação do tipo unha e cutícula”. Pronto, a oportunidade de vingança de Cunha contra Dilma, que pretende isolá-lo.
O colunista cita uma lista enorme de convocações que viriam a ser executadas por Hugo Motta, onde se incluem a de diversos ministros (entre eles, o paraibano Aguinaldo Ribeiro), passando pela presidente da Petrobras, e dos presidentes do BNDES e da Caixa.
Nenhum desses nomes estaria sendo convocado para falar de amenidades, mas, sim, de denúncias, de inquéritos, do diabo a quatro, com o intuito de colocar o governo Dilma Rousseff na berlinda das coisas ruins.
Caso Vital do Rego vire ministro, e já que Hugo mantém com o senador paraibano uma ligação pessoal, partidária e geográfica muito forte, é de se supor que não vá ser esse instrumento que Josias de Souza prevê para sua gestão frente à CCFC.
Mas, se diferente disto, Vital não vier a ser contemplado na reforma ministerial, e Hugo Motta virar independente, do ponto de vista de sua atuação parlamentar, pode certamente infernizar o governo Dilma Rousseff, sob a batuta de Eduardo Cunha.
