Repercussão

UFCG abre procedimento para investigar professor suspeito de xingar mulheres na internet

A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) emitiu uma nota, neste domingo (11), para repudiar declarações proferidas por um professor da instituição, suspeito de xingar e proferir palavras de baixo calão contra mulheres em um comentário publicado nas redes sociais. A instituição informou que vai abrir um procedimento para apurar a conduta do discente.

A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) emitiu uma nota, neste domingo (11), para repudiar declarações proferidas por um professor da instituição, suspeito de xingar e proferir palavras de baixo calão contra mulheres em um comentário publicado nas redes sociais. A instituição informou que vai abrir um procedimento para apurar a conduta do docente.

O suspeito é o professor do curso de Engenharia Elétrica, Francisco das Chagas Fernandes, que na última semana fez um comentário, no Facebook, considerado ofensivo.

“Querem fazer os trabalhos mais pesados, perigosos e insalubres? Homi ou muié? Quem vai construir pontes, arranha-céus, estradas, represas, cultivar plantações, explorar minas subterrâneas, poços artesianos, o carai cacete?”, questionou em um posto no Facebook. E continuou: “Então vai, porra, assume essa merda aí. Sustenta a casa, porra!!! Fu fico cuidando dos meninos em casa, fazendo comida e te esperando de p*mb*a dura a noite. Topas?”, escreveu.

As declarações do professor geraram repercussão imediata nas redes sociais, de mulheres que se indignaram com a atitude do educador. “O respeito às diferenças não dá lugar a nenhuma forma de manifestação racista, sexista ou alguma forma outra de apontamento preconceituoso contra qualquer coletivo”, disse a reitoria da UFCG por meio de nota.

A instituição ainda repudiou as declarações do professor e prometeu investigar o episódio, “por entender que, mesmo no âmbito da vida privada, a liberdade de expressão não pode ferir a dignidade alheia, e considerando a legislação a que está submetido qualquer servidor público, uma comissão de sindicância foi tempestivamente constituída, para apurar o caso, que será matéria de análise também pela Comissão de Ética da Universidade Federal de Campina Grande”, diz a nota.

O caso já ganhou repercussão, inclusive, entre mulheres que disputam cargos nas eleições deste ano em Campina Grande. Também neste domingo (11), a A Assembleia Legislativa da Paraíba, através da Comissão de Direitos da Mulher e da Comissão Parlamentar de Inquérito do Feminicídio, também emitiu nota de repúdio contra as declarações do professor.

“A luta pela emancipação da mulher é, hoje, objeto de discussão, estudos e ações em diversos espaços, inclusive nas universidades públicas, visando a mudança social e eliminação de todas as formas de opressão. Todavia, a manifestação do professor é reveladora ao destacar a ignorância sobre a questão de gênero. É mister destacar que este apedeutismo, associado a uma cultura patriarcal, reproduz a misoginia em todos os setores da sociedade, independente do grau de escolaridade, renda ou idade”, diz o texto.

Atualização: a reportagem ligou para o Departamento de Engenharia da UFPB para falar com o professor Francisco das Chagas, mas as ligações não foram atendidas. O espaço segue aberto.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba