Investigação

TRT anula condenação da Arquidiocese da Paraíba por exploração sexual

Iniciado às 14 horas, o julgamento é a última fase do processo que corre em segredo de justiça. Em janeiro deste ano, a instituição religiosa havia sido condenada pela Justiça do Trabalho a pagar indenização de R$ 12 milhões, mas recorreu da decisão.

Terminou após cinco horas de duração o julgamento de um recurso apresentado pela Arquidiocese da Paraíba no processo que investiga supostos episódios de exploração sexual cometidos por padres contra adolescentes, na Paraíba. Iniciado às 14 horas, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), nesta quinta-feira (07), o julgamento foi a última fase do processo que corre em segredo de justiça. Em janeiro deste ano, a instituição religiosa havia sido condenada pela Justiça do Trabalho a pagar indenização de R$ 12 milhões, mas recorreu da decisão. Uma informação extra-oficial aponta que a Justiça anulou a multa contra a Arquidiocese por entender que não há provas de que houve exploração sexual.

As investigações começaram a partir de uma carta escrita no ano de 2015 por uma frequentadora da Igreja, que teria ouvido relatos de menores sobre abusos cometidos dentro da instituição. As acusações envolem, inclusive, o arcebispo emérito da Paraíba, Dom Aldo Pagotto. Ele sempre negou qualquer envolvimento em episódios desta natureza. A acusação foi endossada pelo procurador do trabalho, Eduardo Varandas.

Conforme as acusações, sacerdotes católicos pagavam para praticar sexo com coroinhas e com flanelinhas que frequentavam o entorno da Arquidiocese. Em meio as acusações, Dom Aldo renunciou à função de arcebispo, no ano de 2016. Na época, ele divulgou uma carta em que afirma que cometeu erros “por confiar demais, numa ingênua misericórdia”. Dom Aldo também era criticado por acolher sacerdotes suspeitos de praticar abusos. “Acolhi padres e seminaristas, no intuito de lhes oferecer novas chances na vida. Entre outros, alguns egressos, posteriormente suspeitos de cometer graves defecções, contrárias à idoneidade exigida no sagrado ministério”, disse.

Além do arcebispo emérito, nomes de três sacerdotes aparecem nas investigações: Jaelson Alves de Andrade, Ednaldo Araújo dos Santos e Severino Melo. Eles foram afastados de suas funções, mas negam que tenham praticado os crimes apontados. Uma banca de advogados defende a Arquidiocese da Paraíba neste processo. Um dos defensores da instituição é o advogado Harrison Targino. Por ser um processo que tramita em segredo de Justiça, o julgamento aconteceu em sessão restrita para defesa e acusação, sem a presença da imprensa.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba