"Movimento Terra Livre"

SEM ASSISTÊNCIA, SAÚDE E ALIMENTAÇÃO: sem-tetos que ocupam prédio do antigo Jornal O Norte mostram ao Polêmica Paraíba a realidade de como vivem; confira

Um ano e três meses após invadirem o prédio abandonado, onde funcionava o antigo jornal O Norte, o grupo de integrantes do movimento "Terra Livre", abriu suas portas para mostrar a realidade de como vivem, sem assistência de moradia, saúde e alimentar.

Um ano e três meses após invadirem o prédio abandonado, onde funcionava o antigo jornal O Norte, o grupo de integrantes do movimento “Terra Livre”, abriu suas portas para mostrar a realidade de como vivem, sem assistência de moradia, saúde e alimentar.

Dona Leninha, uma das integrantes do grupo, informou que desde que foram morar no prédio, não receberam nenhum tipo de assistência social pelo poder público, a não ser a vacinação contra a Covid-19.

“Ninguém veio aqui não. Se não fosse um pessoal que de vez em quando passa por aqui e traz umas doações, estaríamos passando fome. A única vez que alguém veio aqui, foi para a gente receber a vacina e pronto. Nós somos esquecidos pelo poder público”, disse, dona Leninha.

De acordo com as informações colhidas pela reportagem do Polêmica Paraíba, a situação do grupo é bastante precária. Além de vários adultos, três jovens grávidas, com idades entre 17 e 20 anos e pelo menos quatro crianças vivem no local e nem todos tem colchão e lençol para dormir.

“Aqui para dormir, tem que se virar. Nem todos tem colchão para dormir, alguns dormem no chão mesmo. Aqui falta colchão, falta lençol e comida. A sorte da gente aqui, são os grupos que passam aqui e deixam algumas doações”, disse, uma das jovens grávidas, que não quis ser identificada.

O Valdeci, que é uma das pessoas que lidera o grupo “Terra Livre”, mora no prédio com sua esposa e filhos. Recentemente conseguiram uma doação de materiais de construção e com isso ele mesmo está construindo alguns barracos na frente do prédio invadido, pois, no prédio não cabia mais ninguém.

“O dono do prédio aqui ao lado fez uma doação de uns materiais, aí comecei a construir esses barracos aqui, porque não estava cabendo todo mundo aqui no prédio”, disse, Valdeci.

Valdeci informou ainda que ali ninguém consegue trabalho. A maioria trabalha com reciclagem. E de vez em quando aparece alguns “bicos” para ele fazer, só assim consegue comprar alguma coisa melhor para comer, como uma carne, um ovo.

“As vezes aparece algum bico. Mas, a maioria do pessoal trabalha com reciclagem ,muitas pessoal trabalham pra sobreviver.  A gente sobrevive da reciclagem e da comunidade que ajuda a gente também.  Porque as vezes a gente tem grosso e as vezes falta o fino, que é a mistura. Aí tem que ter um ovo, uma linguiça,  alguma coisa pra tapiar né”, finalizou, Valdeci.

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Fonte: Adriany Santos
Créditos: Adriany Santos